Revista 2º TRI - aviNews Brasil

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SANIDADE, RISCO E SEGURANÇA ALIMENTAR

O QUE A INFLUENZA AVIÁRIA ENSINA AO SETOR PRODUTIVO

AVIÁRIA:

Os recentes acontecimentos envolvendo a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) colocaram à prova a solidez da cadeia avícola brasileira. Mais do que reagir a um foco isolado no Rio Grande do Sul, o que vimos foi uma demonstração clara da maturidade institucional, da eficácia dos protocolos sanitários e do compromisso coletivo com a transparência e a responsabilidade.

Vivemos em um mundo onde riscos sanitários não são mais eventualidades, mas parte do cenário constante da produção animal. E a resposta do Brasil tem sido exemplar: desde a atuação técnica coordenada pelo Serviço Veterinário

Oficial no foco de Montenegro, passando pela comunicação assertiva das entidades setoriais, até a defesa estratégica da regionalização — como pontuou recentemente o ministro Carlos Fávaro na sede da OMSA.

A regionalização, aliás, deixou de ser um conceito aspiracional e passou a ser um instrumento técnico indispensável para proteger mercados e garantir fluxo comercial. As reações proporcionais de Emirados Árabes e Japão, que reconheceram o esforço de contenção e já negociam a retomada das importações, são reflexo direto da credibilidade construída pelo setor.

EDITOR

AGRINEWS

Mas, se há um aprendizado que se impõe nesse episódio, ele está na palavra “prevenção”. Prevenir exige planejamento baseado em cenários — como alertou o professor Luis Corbellini em matéria desta edição da aviNews Brasil — e isso inclui não apenas planos de contingência, mas investimento permanente em biosseguridade, capacitação e inovação.

A gestão de risco não pode ser acionada apenas em tempos de crise. Ela deve estar incorporada ao cotidiano das granjas, aos sistemas de transporte, ao manejo de pessoal e à vigilância ativa, com atenção à ciência e à comunicação. O setor precisa estar pronto para responder, mas sobretudo para antecipar.

Também é preciso reforçar junto ao consumidor que não há risco no consumo de ovos ou carne de frango — informação respaldada pela ciência e amplamente comunicada por especialistas como o professor Luciano Bersot. A segurança alimentar é um valor inegociável, e cabe a todos nós defendê-lo com clareza, serenidade e base técnica.

O episódio da Influenza nos trouxe desafios, mas também nos revelou como um setor que aprendeu com as crises anteriores, estruturou respostas, evoluiu em governança e fortaleceu sua imagem internacional. Seguiremos enfrentando riscos, é verdade. Mas hoje, mais do que nunca, estamos preparados.

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Luis Carrasco +34 605 09 05 13 [email protected]

Karla Bordin +55 (19) 98177-2521 [email protected]

DIREÇÃO TÉCNICA

ISSN: 2965-341X

www.avinews.com

José Antônio Ribas Jr. COORDENAÇÃO TÉCNICA E REDAÇÃO

Tainara C. Euzébio Dornelas [email protected]

ANALISTA TÉCNICO

Henrique Cancian

COLABORADORES

Betina Raquel C. dos Santos

Jefferson Lecznieski

Lucas Valfré

José Guilherme M. Barbosa

Pablo Cifuentes

Paula Gabriela S. Pires

Priscila Beck

Priscila de Oliveira Mendes

Ricardo H. Rauber

ADMINISTRAÇÃO

Priscila Beck

Contato: +55 15 996822274

Avenida: Adalgisa Colombo, 135. Jacarépaguá. Rio de Janeiro – RJ.

Cep.: 22775-026

e-mail: [email protected] site: www.avinews.com

Preço:

30 $ Brasil

90 $ Internacional

Registro ISSN: 2965-341X

Periodicidade: trimestral

A revista aviNews Brasil é uma publicação nacional, editada em português, cujo editorial é direcionado à cadeia avícola, incluindo associações de avicultores, instituições de ensino, sindicatos, empresas e o Ministério da Agricultura e Pecuária. Os artigos, bem como informes publicitários não expressam a opinião dos editores. É proibida a divulgação total ou parcial de conteúdos publicados sem a autorização dos editores.

Por José Antonio Ribas Jr. Diretor Técnico aviNews Brasil

Inflamação intestinal: como promover uma microbiota eficiente no frango de corte?

Ricardo Hummes Rauber DVM MSc PhD; Consultor em Saúde Animal

Vacina CORVAC-4: o avanço da MSD Saúde Animal na proteção das aves contra a coriza infecciosa

Equipe técnica MSD

Eleve o desempenho do incubatório com o novo serviço de suporte para incubação baseado em dados da Petersime

Equipe técnica Petersime

Opinião do especialista: Escassez de ovos, um problema global que reforça a importância da inovação no controle de bactérias

Pablo Cifuentes CTO de PhageLab

Como 22 anos de genômica estão moldando o futuro da avicultura

Grant Mason Geneticista da Aviagen

Estratégias nutricionais para redução do estresse térmico em codornas japonesas

Lucas Rocha Valfré Zootecnista / UEMS, Mestrando em Zootecnia/ UFGD

Otimização do desempenho em situações estressantes

Felipe Horta MV, MSc, gerente de produtos, Grupo Nuproxa

Sanidade, risco e segurança alimentar: o que a influenza aviária ensina ao setor produtivo

AgriNews Play Brasil

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Uso de bromexina no controle e prevenção de doenças respiratórias em frangos de corte

Victor Dellevedove Cruz1 , Fabrizio Matté 2 , Patrick Roieski2 , Luiz Eduardo Takano2

1Departamento de Microbiologia, Universidade Estadual de Londrina (UEL) 2Vetanco Brasil

A longevidade das poedeiras começa na criação 78

Desbloqueando o potencial da proteína: gerenciando inibidores de tripsina na produção de frangos no Brasil

David Torres

Líder Regional Sênior de Serviços Técnicos - Minerais e Enzimas na NOVUS

Indicadores-chave de desempenho da produção de frangos na América Latina: Benchmarking internacional

José Guilherme

Morschel Barbosa

Diretor da Divisão Internacional de Frangos de Corte da Agri Stats International

COBB-VANTRESS BRASIL celebra 30 anos como hub de produção para América do Sul

COBB LatCan

Pontos-chave no manejo de reprodutores(as) para a qualidade da progênie

Jeffersson Lecznieski

Consultor em Avicultura pela Boreal Consultoria

Xabier Arbe

Diretor global H&N International GmbH.

O papel da nutrição na qualidade de penas em frangos de corte

Brunna Garcia Nutricionista de Aves na Agroceres Multimix

Alimentação inteligente para aves livres: o que considerar?

Paula Gabriela da Silva Pires1 , Betina Raquel Cunha dos Santos 2 , Priscila de Oliveira Moraes 3

1Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia

2Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari

3Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências Agrárias – Florianópolis - SC

Microminerais orgânicos: maior biodisponibilidade para uma melhor produção animal

Equipe técnica BIOCHEM Latam

Fonte de energia superior

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FS Essencial é um ingrediente completo, que fornece mais energia que outras fontes proteicas tradicionais, como o farelo de soja.

Alta proteína e aminoácidos essenciais

Mínimo 40% de proteína bruta, rico em metionina, treonina e valina, garante nutrição ideal para avicultura.

Pigmentação natural

Rico em luteína e zeaxantina, carotenoides essenciais para uma coloração intensa e uniforme da gema.

Ótimo Custo-Benefício

Maior eficiência nutricional em comparação com fontes proteicas convencionais, reduzindo custos de formulação e proporcionando mais flexibilidade nas dietas.

Sustentável na prática

Processo de produção 100% sustentável.

Certificações

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DDG Alta Proteína

INFLAMAÇÃO INTESTINAL: COMO PROMOVER UMA

MICROBIOTA EFICIENTE NO FRANGO DE CORTE?

Ricardo Hummes Rauber

DVM MSc PhD; Consultor em Saúde Animal

Vetinova – Saúde Animal Estratégica Ltda.

Conceito de inflamação

A inflamação é um mecanismo fundamental de defesa do organismo animal. Trata-se de uma resposta adaptativa do sistema imune, cuja função é restaurar a homeostase frente a estímulos nocivos, como patógenos, lesões teciduais ou desequilíbrios metabólicos.

No entanto, embora necessária, a inflamação envolve consumo de energia e aminoácidos, o que implica um custo biológico elevado — especialmente em animais de alto desempenho, como os frangos de corte.

Na avicultura, é essencial compreender que existem diferentes tipos de inflamação, com origens e implicações distintas:

Fisiológica: ocorre de forma controlada e é ativada por fragmentos microbianos não patogênicos (Lipopolissacarídeos, Peptidoglicanos, DNA, entre outros). Atua como um mecanismo de vigilância e manutenção da homeostase orgânica.

Patológica: resultante da infecção por microrganismos e/ou suas toxinas, como micotoxinas ou toxinas alpha e NetB do Clostridium perfringens. Esse tipo de in amação está associado a lesões, disbiose e perda de desempenho.

Estéril: é desencadeada por estímulos não infecciosos, como ATP extracelular, RNA, aminas biogênicas ou dano mecânico à mucosa intestinal. Embora não envolva patógenos, pode gerar respostas in amatórias signi cativas.

Metabólica: relacionada ao excesso de nutrientes na dieta, como carboidratos fermentáveis, ácidos graxos e compostos tóxicos. Ocorre independentemente da interação com microrganismos e induz ativação imune local.

Independentemente do tipo, a inflamação desvia recursos fisiológicos da ave e, quando exacerbada ou crônica, compromete diretamente a função intestinal, a absorção de nutrientes e o desempenho zootécnico. Em frangos de corte, dependendo da idade, um processo inflamatório moderado pode consumir até 34% da energia metabolizável ingerida.

Impacto do processo inflamatório na microbiota intestinal

A microbiota intestinal exerce funções vitais para a saúde e o desempenho das aves. Atua na digestão e absorção de nutrientes, modulação da resposta imune, exclusão competitiva de patógenos e produção de metabólitos benéficos.

No entanto, quando o ambiente intestinal é afetado por processos inflamatórios, essa simbiose é prejudicada, abrindo espaço para desequilíbrios microbianos — a chamada disbiose.

Durante processos inflamatórios, ocorre a liberação de mediadores inflamatórios e aumento da permeabilidade intestinal, favorecendo a translocação bacteriana e alterando a composição microbiana.

Inflamação intestinal

Além disso, muitos patógenos intestinais se beneficiam dessas condições

inflamatórias. Por meio de mecanismos de quorum sensing, bactérias como E. coli, Clostridium spp. e Salmonella spp. conseguem detectar o ambiente inflamatório e modular sua expressão gênica, aumentando a produção de fatores de virulência, resistência e adesão.

Formas de controlar a inflamação e promover uma microbiota estável

O controle da inflamação intestinal em frangos de corte exige uma abordagem multifatorial e integrada, na qual a nutrição desempenha papel fundamental.

O excesso de nutrientes fermentáveis, como carboidratos solúveis e lipídios oxidados, pode intensificar processos inflamatórios metabólicos ao gerar ácidos orgânicos voláteis e radicais livres, comprometendo a integridade do epitélio intestinal. A densidade nutricional e o perfil de ingredientes devem, portanto, ser ajustados.

A presença de compostos tóxicos como aminas biogênicas ou resíduos de fermentações proteicas pode induzir reações inflamatórias mesmo na ausência de patógenos.

Dessa forma, a inflamação intestinal não apenas compromete a integridade da mucosa, como também favorece a dominância de bactérias patogênicas, estabelecendo um ciclo vicioso de inflamação e disbiose.

Assim, o controle rigoroso da qualidade das matérias-primas — com destaque para a análise de frescor, oxidação e presença de micotoxinas — é uma medida preventiva essencial.

A inclusão de aditivos com ação imunomoduladora, antimicrobiana e antiinflamatória tem se mostrado uma ferramenta eficaz para o controle da inflamação e o suporte à microbiota.

Ácidos orgânicos, óleos essenciais, prebióticos, enzimas digestivas e monoglicerídeos de ácidos graxos atuam sinergicamente para reduzir a carga de substratos putrefativos, inibir patógenos e favorecer o crescimento de bactérias comensais.

Além disso, muitos desses aditivos exercem efeito direto sobre células do sistema imune da mucosa, contribuindo para a modulação da resposta inflamatória local.

O uso de probióticos, por sua vez, tem se apresentado como uma ferramenta adiconal na manutenção da saúde intestinal. Diferentes cepas de Lactobacillus, Bacillus, Enterococcus e Bifidobacterium são capazes de modular ativamente a microbiota, colonizando ou favorecendo a colonização por microrganismos benéficos e inibindo o crescimento de patógenos por competição e produção de substâncias antimicrobianas.

Além disso, os probióticos também exercem efeitos imunomoduladores no epitélio intestinal, promovendo a liberação de citocinas anti-inflamatórias e fortalecendo as junções epiteliais, o que reduz a inflamação local e aumenta a competência da barreira mucosa.

Adicionalmente, a implementação de programas vacinais bem estruturados desempenha papel decisivo na redução da necessidade de respostas inflamatórias intensas.

Ao conferir proteção contra agentes relevantes, as vacinas reduzem a carga antigênica e, por consequência, diminuem a ativação contínua do sistema imune.

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Isso permite que os recursos fisiológicos das aves sejam redirecionados para o crescimento e desempenho, ao invés de serem consumidos por processos inflamatórios crônicos.

Para mais informações, entre em contato com nossa equipe : www.impextraco.com.br

Importância da biosseguridade no controle da inflamação

A biosseguridade constitui o primeiro e mais sólido pilar no controle da inflamação patológica em frangos de corte.

Ao reduzir ou eliminar a entrada e a circulação de patógenos no ambiente de produção, promove-se uma menor exposição das aves a estímulos inflamatórios de origem infecciosa, o que impacta diretamente na estabilidade da microbiota intestinal e no desempenho zootécnico.

A inflamação patológica, diferente das demais formas (metabólica, estéril e fisiológica), pode ser prevenida de forma mais eficaz, desde que haja rigor na implementação de programas de biosseguridade bem estruturados.

Entre os principais pontos de atenção estão os protocolos de controle de acesso às instalações, que devem incluir barreiras sanitárias como troca de roupas e calçados, uso de pedilúvios, higienização das mãos, quarentena para visitantes e controle documental de trânsito de pessoas e veículos.

O manejo de vetores biológicos — como roedores, insetos e aves silvestres — é igualmente essencial, pois esses organismos atuam como veículos de patógenos relevantes.

Outro componente muitas vezes subestimado, mas de grande impacto, é o manejo da cama durante o lote.

A espessura, revolvimento e controle do pH da cama afetam diretamente a sobrevivência e multiplicação de microrganismos patogênicos. Ambientes com cama úmida, compactada ou fermentada criam condições ideais para a manutenção e/ou proliferação microbiana, contribuindo para a instalação de quadros inflamatórios subclínicos de origem infecciosa.

De forma complementar, os procedimentos de intervalo entre lotes representam uma etapa crítica no ciclo de produção.

Um intervalo bem conduzido, com tempo adequado e limpeza e desinfecção eficazes, permite não apenas a redução da carga microbiana no ambiente, mas também o restabelecimento de uma microbiota ambiental mais equilibrada.

Essa recuperação do ambiente intestinal coletivo é fundamental para que o novo lote se estabeleça sob condições mais favoráveis, com menor necessidade de ativação de respostas inflamatórias intensas.

Além disso, a remoção de matéria orgânica residual e a interrupção do ciclo de vida de agentes como Eimeria spp. e Clostridium perfringens ajudam a romper o ciclo de infecção e inflamação contínua entre lotes sucessivos.

Considerações Finais

Promover uma microbiota intestinal eficiente em frangos de corte é um dos principais desafios da produção avícola moderna. Isso exige mais do que controle de patógenos: requer uma compreensão profunda dos mecanismos inflamatórios e das interações entre microbiota, imunidade e nutrição.

Enquanto a inflamação fisiológica é necessária e inevitável, os demais tipos — especialmente a inflamação patológica — devem ser controlados de forma proativa.

A combinação de uma dieta bem formulada, uso de aditivos funcionais e probióticos, programas vacinais eficazes e biosseguridade rigorosa cria as condições ideais para um ambiente intestinal estável.

Esse equilíbrio permite que o potencial genético das aves se manifeste plenamente, com melhor conversão alimentar, menor mortalidade e redução do uso de antimicrobianos. Em última análise, investir na prevenção e no controle da inflamação intestinal é investir na sustentabilidade e rentabilidade da produção avícola.

Inflamação intestinal: Como promover uma microbiota eficiente no frango de corte?

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Referências sob consulta junto ao autor

Inflamação intestinal

ELEVE O DESEMPENHO DO INCUBATÓRIO COM O NOVO SERVIÇO DE SUPORTE PARA INCUBAÇÃO BASEADO EM DADOS DA PETERSIME

Equipe técnica Petersime

Gerenciar um incubatório envolve lidar com as operações diárias ao mesmo tempo em que se busca uma melhoria contínua.

E se você tivesse um parceiro de confiança para ajudar a otimizar seu processo de incubação de forma eficaz?

O serviço de suporte para incubação baseado em dados da Petersime foi concebido para garantir que nenhum detalhe seja ignorado, ao mesmo tempo em que ajuda os incubatórios a alcançar o desempenho ideal.

Suporte recorrente e baseado em dados ao seu desempenho de incubação

Na Petersime, consideramos uma oferta de serviços dinâmica e em constante evolução um pilar importante de nossos negócios. Nosso objetivo é garantir uma melhoria contínua na prestação de serviços aos clientes, adaptando-nos às constantes mudanças em suas necessidades.

Com a introdução de nosso novo serviço de suporte para incubação baseado em dados, elevamos a um novo patamar nosso compromisso de prestar um suporte excepcional.

Principais vantagens do nosso serviço de suporte para incubação

O serviço de suporte para incubação da Petersime agrega valor onde mais importa: Nossos experientes especialistas em incubação analisam seus dados cruciais, como gráficos de incubação, leituras do OvoScan™ e registros de alarme, para identificar ineficiências e descobrir tendências.

Nas centenas de gráficos de incubação, isso significa uma visão extra para verificar se há anomalias, comportamentos incomuns da incubadora ou possíveis problemas.

Essa abordagem permite que você se concentre nas operações diárias, enquanto nós fornecemos insights valiosos com base em nossa análise dos dados do módulo Basic do Eagle Trax™.

Como será isso na prática? A cada quatro meses, você participará de uma sessão on-line aprofundada com um especialista em incubação experiente da Petersime, que apresentará um relatório detalhado com recomendações especializadas e insights práticos.

Durante essa sessão, o especialista em incubação mostrará importantes conclusões, responderá às suas perguntas e ajudará a implementar etapas práticas para melhorar a eficiência e o desempenho geral do incubatório.

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Análise contínua dos dados das incubadoras: garanta a consistência em seu desempenho de incubação com uma análise externa, tendo a certeza de que nenhum indicador de possíveis problemas no processo de incubação seja ignorado.

Insights de especialistas três vezes ao ano: relatórios detalhados baseados na análise periódica dos resultados de incubação do incubatório, juntamente com sessões on-line com um especialista da Petersime.

Soluções personalizadas: recomendações personalizadas com base em seus dados e necessidades especí cos.

E ciência maximizada: enquanto os especialistas em incubação tratam da análise, você pode dedicar seu tempo às prioridades operacionais.

Incubação

Um compromisso com a Operational Excellence

Esse serviço inovador faz parte do compromisso da Petersime de capacitar os incubatórios por meio de expertise, tecnologia e atendimento ao cliente.

É o complemento de uma linha mais ampla de ofertas, incluindo suporte 24 horas por dia durante 7 dias da semana e auditorias e programas de treinamento, todos projetados para garantir o melhor desempenho do seu incubatório durante todo o ciclo de vida.

Com o serviço de suporte para incubação da Petersime, você obtém uma vantagem competitiva, com os insights necessários para alcançar um desempenho ideal e gerar resultados consistentes.

Eleve o desempenho do incubatório com o novo serviço de suporte para incubação baseado em dados da Petersime

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Figura 1: O serviço de suporte para incubação baseado em dados da Petersime foi concebido para garantir que nenhum detalhe seja ignorado, ao mesmo tempo em que ajuda os incubatórios a alcançarem o desempenho ideal.

Fonte: PETERSIME

Solução de dados segura e em nuvem

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Conectando seu incubatório ao mundo do big data

Software de incubatório inteligente que transforma dados em desempenho avícola máximo

Os incubatórios têm uma grande variedade de dados valiosos disponíveis. Aproveitar o potencial desses dados representa uma grande oportunidade para melhorar o desempenho geral dos incubatórios e de toda a cadeia de valor. Com o Eagle Trax™, a Petersime oferece o primeiro software inteligente de incubatório que transforma dados em desempenho avícola máximo. O Eagle Trax™ permite digitalizar, analisar e utilizar os dados de forma ideal para aumentar ainda mais a eficiência, produtividade e qualidade dos pintinhos do incubatório.

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© Petersime 2025 - Todos os direitos reservados.

OPINIÃO DO ESPECIALISTA

Por Pablo Cifuentes CTO de PhageLab

ESCASSEZ

DE OVOS:

um problema global que reforça a importância da inovação no controle de bactérias

Aoferta de ovos nos Estados Unidos segue escassa, impulsionando os preços para patamares elevados. Esse cenário resulta de uma combinação de fatores, como a inflação e os impactos da gripe aviária, que vêm afetando significativamente a produção avícola no país.

Em 2025, novos surtos da doença continuarão desafiando o setor.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), surtos recentes impactaram a produção avícola ao reduzir a população de galinhas poedeiras, resultando em menor disponibilidade do produto e aumento nos custos de produção e comercialização (abc News 2025)

Os surtos de Influenza Aviária

Altamente Patogênica (HPAI) representam um desafio persistente para a indústria avícola global. O vírus afeta principalmente aves domésticas, exigindo a adoção de medidas rigorosas de controle sanitário, incluindo o abate de animais infectados para evitar a disseminação do patógeno.

No Brasil, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta um aumento de 62% nas exportações de ovos em 2025, impulsionado pela crescente demanda externa e pela crise nos Estados Unidos, entre otros fatores (Globo Rural, 2025).

Paralelamente, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em algumas regiões, os preços dos ovos registraram um aumento de até 60%, refletindo a crescente demanda externa e a volatilidade do mercado global.

Os ovos desempenham um papel fundamental na segurança alimentar global, sendo uma fonte acessível de proteína.

No Brasil, o consumo per capita tem mostrado crescimento contínuo, passando de 250 para 260 unidades anuais entre 2021 e 2024, segundo dados da ABPA.

Esse aumento reflete o reconhecimento dos benefícios nutricionais do ovo, bem como sua versatilidade na alimentação.

Garantir a estabilidade na produção avícola é essencial para manter a disponibilidade de proteínas no mercado. A resiliência do setor depende da implementação de estratégias que combinem inovação tecnológica e biossegurança, mitigando os efeitos de doenças emergentes na cadeia de suprimentos.

Nesse contexto, a biotecnologia oferece soluções inovadoras para manter e melhorar a sanidade e a produtividade. Uma dessas soluções são os bacteriófagos – conhecidos como “vírus do bem” – que são feitos sob medida para eliminar surtos bacterianos em granjas com alta eficácia.

Assim, é possível realizar iniciativas de alto impacto que combinam ciência, dados e realidade de campo, para promover uma indústria de alimentos segura e justa, além de continuar a projetar o Brasil como líder.

Escassez de ovos: um problema global que reforça a importância da inovação no controle de bactérias BAIXAR EM PDF

COMO 22 ANOS DE GENÔMICA ESTÃO MOLDANDO O FUTURO DA AVICULTURA

Grant Mason Geneticista da Aviagen

Oano de 2025 marca o aniversário de 22 anos do sequenciamento do genoma da ave. Já se passaram duas décadas desde que o frango se tornou o primeiro animal agrícola a ter seu genoma totalmente sequenciado – um verdadeiro marco que transformou a criação de aves.

Mas o que isso realmente significa e por que é tão importante?

O ácido desoxirribonucleico (ou DNA) é a molécula que carrega as instruções genéticas usadas nas funções biológicas de todos os organismos vivos.

Um genoma é um conjunto completo de material genético em um organismo, servindo como um manual de instruções para a vida. Todos os seres vivos, de humanos a aves, têm um, e ele contém todas as informações necessárias para o desenvolvimento e a função geral.

Os cientistas vêm estudando o DNA há mais de um século, mas a capacidade de ler todo o código genético de um organismo – o sequenciamento do genoma – só se tornou possível na década de 1970.

Desde então, a pesquisa genômica avançou rapidamente, ajudando pesquisadores em uma ampla gama de campos, da medicina à agricultura.

O que é o sequenciamento do genoma e por que ele é importante?

Sequenciar um genoma significa descobrir a ordem exata dos quatro blocos de construção do DNA: A (adenina), T (timina), C (citosina) e G (guanina).

Pense nisso como se estivesse lendo todo o livro da vida de um organismo, letra por letra. Esse conhecimento tem ajudado os pesquisadores médicos a entender doenças como o câncer, levando a melhores diagnósticos e tratamentos.

Na criação de animais para a produção de proteína, ele abriu novas possibilidades para a produção de animais mais fortes e saudáveis.

Em 2003, o genoma do frango foi totalmente sequenciado – um avanço importante que proporcionou aos cientistas avícolas uma compreensão mais profunda do que faz um frango prosperar.

Um ano depois, a Aviagen lançou seu próprio projeto de genômica, passando mais de oito anos estudando e otimizando dados bioinformáticos e modelos estatísticos, antes de colocar esse conhecimento em ação*. Esse trabalho nos ajudou a criar aves com pontos fortes naturais – melhor saúde, bem-estar e desempenho.

Inovação na reprodução: como a genômica nos ajuda a criar aves melhores

Ao estudar o DNA de um frango, podemos identificar qualidades que contribuem para a boa saúde e a produtividade, como pernas fortes, aptidão reprodutiva e crescimento saudável.

Essas percepções nos permitem fazer seleções precisas e equilibradas em nossos programas de melhoramento genético, com base em gerações de criação cuidadosa para melhorar o bemestar e a sustentabilidade das aves.

A genômica melhorou a maneira como medimos características difíceis de serem vistas, o que nos dá uma visão mais completa do potencial de cada ave.

Por exemplo, ela ajudou a aprimorar a seleção para eficiência alimentar, as características reprodutivas, melhores sistemas imunológicos e o crescimento das aves.

e ciência alimentar características reprodutivas

Isso também ajuda a tornar as previsões de reprodução mais precisas, especialmente para características que se aplicam a apenas um sexo, como a seleção de machos com base no potencial de produção de ovos.

Combinando esses dados com a seleção prática tradicional, podemos fazer um progresso constante na criação de aves, para que não sejam apenas produtivas, mas também robustas.

Esse avanço científico reformulou a criação de aves, ajudando o setor a acompanhar a crescente demanda global por aves sustentáveis e de alta qualidade.

Ao fazer escolhas bem informadas no melhoramento genético de nossas aves, não estamos apenas melhorando a saúde e o bem-estar das mesmas, mas também garantindo a produção sustentável de frangos de corte.

sistemas imunológicos crescimento das aves

Como 22 anos de genômica estão moldando o futuro da avicultura BAIXAR EM PDF

*É importante enfatizar que o programa de melhoramento genético da Aviagen se baseia na seleção natural e não envolve qualquer modificação genética.

GENÉTICA PARA A

SUSTENTABILIDADE

Guiando a inovação e o progresso na indústria avícola para um futuro sustentável.

VACINA CORVAC-4: O AVANÇO DA MSD SAÚDE ANIMAL NA PROTEÇÃO DAS AVES CONTRA A CORIZA INFECCIOSA

Equipe técnica MSD

Asaúde avícola é um componente crucial da produção de proteína animal e da segurança alimentar em muitos países, incluindo o Brasil.

Nesse contexto, a vacina Corvac-4 surge como uma inovação significativa, sendo a primeira vacina inativada comercialmente disponível no mercado brasileiro para a proteção contra quatro sorotipos da Coriza Infecciosa das Aves.

Esta vacina tem a capacidade de proteger as aves contra quatro sorotipos da Coriza Infecciosa: A, B, C e a variante B.

A Coriza Infecciosa é uma doença respiratória altamente contagiosa que afeta as aves. Causada por uma bactéria conhecida como Avibacterium paragallinarum, a doença é caracterizada por uma infecção das vias respiratórias superiores, levando a uma série de sintomas que podem comprometer a saúde das aves e a produtividade das granjas.

O Avibacterium paragallinarum coloniza as mucosas das vias respiratórias das aves, onde se multiplica e provoca uma resposta inflamatória. A infecção pode ser exacerbada por fatores ambientais, como estresse, má ventilação e superlotação, que favorecem a disseminação do patógeno.

A doença é mais comum em aves jovens, mas pode afetar aves de todas as idades.

Os sintomas da Coriza Infecciosa incluem:

Secreção nasal e ocular;

Di culdade respiratória;

Espirros e tosse;

Inchaço da face e da cabeça;

Redução na produção de ovos, e

Aves com penas arrepiadas e apatia.

Em casos graves, a doença pode levar à morte das aves, especialmente se não for tratada adequadamente.

O diagnóstico da Coriza Infecciosa é realizado através de exames clínicos e laboratoriais. Os veterinários podem identificar a doença com base nos sintomas apresentados pelas aves.

Para confirmação, amostras de secreções nasais ou tecidos afetados podem ser coletadas e analisadas em laboratório, onde a presença do Avibacterium paragallinarum pode ser confirmada por métodos como cultura bacteriana e testes moleculares.

O tratamento da Coriza Infecciosa geralmente envolve o uso de antibióticos para controlar a infecção bacteriana, além de medidas de suporte, como a melhoria das condições ambientais e a administração de antiinflamatórios.

No entanto, a prevenção por meio da vacinação é a estratégia mais eficaz para controlar a doença e evitar surtos.

Nesse contexto, a MSD Saúde Animal apresenta a vacina Corvac-4. Uma vacina inativada que utiliza o antígeno morto em sua formulação, tornando-a incapaz de causar a doença.

Uma das principais vantagens da Corvac-4 é sua capacidade de proteger as aves contra quatro sorotipos da Coriza Infecciosa: A, B, C e a variante B. Essa ampla cobertura é essencial para garantir que as aves estejam protegidas contra as cepas mais comuns e potencialmente devastadoras da doença.

A Corvac-4 apresenta uma baixa reatividade no local de aplicação, o que é um fator importante para o bem-estar e resposta imunológica dos animais.

Outro aspecto relevante da Corvac-4 é que ela induz uma ampla resposta imune em apenas uma dose. Isso não apenas simplifica o programa de vacinação, mas também reduz o estresse nas aves, uma vez que menos intervenções são necessárias.

Saúde respiratória

Estudos a campo realizados pela biofarmacêutica com galinhas poedeiras e vacinadas com três semanas de vida demonstraram que, comparada à vacina tradicional trivalente contra coriza infecciosa, a Nobilis ® Corvac-4 apresentou baixa reação no local de aplicação, com melhor resposta imune, e menor taxa de reisolamento bacteriano após o desafio com o sorotipo variante B.

Ou seja, as aves vacinadas com o novo imunizante eliminaram menos bactérias no ambiente.

Com apresentação de 500 ml e indicação de dose de 0,5 ml por ave, a nova vacina pode ser administrada em galinhas a partir de três semanas de idade. Rafael Sonada, gerente de Marketing das Unidades de Negócio Avicultura e Aquicultura , pontua que a vacina oferece proteção sólida durante todo o período de postura.

“É uma solução eficaz que protege as aves contra uma doença de alto impacto produtivo. Uma ferramenta poderosa de prevenção, ainda mais quando associada a medidas de biosseguridade apropriadas.”

Também pode ser utilizada em conjunto com outras vacinas no programa vacinal de aves de ciclo longo, como a Nobilis RT+IBm+ND+EDS (proteção contra Pneumovirus, Bronquite Infecciosa, Newcastle e Síndrome da Queda de Postura).

Essa combinação é benéfica, pois permite uma abordagem integrada para a imunização, garantindo proteção contra múltiplas doenças que podem afetar a saúde das aves representando melhor desempenho produtivo na produção de ovos, e reduz a necessidade de mão de obra para vacinação, economizando tempo e recursos para os produtores.

A vacina Corvac-4 é um marco importante na saúde avícola no Brasil, oferecendo uma solução eficaz e segura para a prevenção da Coriza Infecciosa. Com sua capacidade de proteger contra múltiplos sorotipos, baixa reatividade e indução de uma resposta imune robusta em uma única dose, a Corvac-4 se destaca como uma ferramenta valiosa para os avicultores.

A integração da Corvac-4 no programa vacinal de aves de ciclo longo, juntamente com outras vacinas, representa uma abordagem abrangente para a saúde avícola, contribuindo para a sustentabilidade e a produtividade do setor.

À medida que os produtores adotam essa vacina, espera-se que o controle da Coriza Infecciosa seja mais efetivo, resultando em aves mais saudáveis e uma produção avícola mais robusta. A vacinação é uma responsabilidade coletiva, e a Corvac-4 é uma oportunidade para que todos os envolvidos na avicultura contribuam para a saúde e o bem-estar das aves.

Vacina Corvac-4: O avanço da MSD Saúde Animal na proteção das aves contra a Coriza Infecciosa BAIXAR EM PDF

Referências sob consulta junto ao autor

ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA REDUÇÃO DO ESTRESSE TÉRMICO EM CODORNAS JAPONESAS

Lucas Rocha Valfré

Zootecnista / UEMS

Mestrando em Zootecnia/ UFGD

Oestresse térmico é um dos principais desafios na criação de codornas japonesas, comprometendo o consumo alimentar, a conversão alimentar e a produção de ovos.

Nos últimos anos, o aumento das temperaturas globais tem intensificado esse problema, tornando o controle ambiental nas granjas ainda mais essencial. No entanto, muitos codornicultores ainda não adotam medidas eficazes para mitigar os efeitos do calor excessivo.

A ventilação adequada é um fator determinante para reduzir o estresse térmico, melhorando o desempenho produtivo, acelerando o crescimento, reduzindo a taxa de mortalidade e minimizando problemas na qualidade dos ovos.

Além do manejo ambiental, estratégias nutricionais vêm sendo amplamente estudadas como ferramentas eficazes para atenuar os impactos do calor e promover a saúde e produtividade das aves.

Ajustes na formulação das dietas, como o equilíbrio de eletrólitos, a inclusão de antioxidantes e a suplementação com aminoácidos específicos, têm demonstrado efeitos positivos na tolerância térmica das codornas.

Essas abordagens nutricionais são fundamentais para manter o desempenho produtivo em condições adversas, contribuindo para um sistema de produção mais sustentável e eficiente.

Este artigo abordará as principais estratégias dietéticas aplicadas na mitigação do estresse térmico e seus benefícios na criação de codornas japonesas.

IMPACTOS FISIOLÓGICOS E PRODUTIVOS

O estresse térmico é um dos principais desafios enfrentados na produção de codornas japonesas, pois afeta diretamente a homeostase fisiológica e o desempenho produtivo das aves.

As codornas são aves homeotérmicas, ou seja, dependem de mecanismos fisiológicos e comportamentais para manter a temperatura corporal dentro de uma faixa ideal.

Quando expostas a temperaturas elevadas, sua capacidade de dissipação de calor torna-se limitada, levando à ativação de respostas adaptativas, como a redução do consumo alimentar, o aumento da frequência respiratória (ofegação) e mudanças comportamentais para minimizar a produção endógena de calor.

Entretanto, essas respostas podem resultar em prejuízos significativos, tanto em nível fisiológico quanto produtivo.

Em estudos sobre o impacto do ambiente em indicadores fisiológicos na criação de frangos de corte, Costa et al. (2012) observaram uma frequência respiratória de 58,96 movimentos por minuto, indicando que as condições ambientais causaram desconforto às aves.

Por outro lado, Furtado et al. (2013), ao estudarem codornas japonesas na fase de produção, registraram frequências respiratórias entre 22,8 e 27,9 movimentos por minuto, valores que não caracterizaram um ambiente adverso, uma vez que a temperatura variou entre 24 e 25 °C e a umidade média foi de 75%.

Em codornas de corte, a redução do consumo alimentar, aliada ao aumento do gasto energético para a termorregulação, compromete o ganho de peso e piora a conversão alimentar, reduzindo a eficiência produtiva.

Já em matrizes poedeiras, o estresse térmico impacta negativamente a produção e a qualidade dos ovos, diminuindo a taxa de postura, o peso dos ovos e a espessura da casca.

Paralelamente, há uma disfunção no sistema imunológico, tornando as aves mais suscetíveis a infecções e doenças oportunistas, o que pode elevar a taxa de mortalidade e comprometer a viabilidade da criação.

Diante desses impactos, torna-se fundamental a adoção de estratégias eficazes para mitigar os efeitos do estresse térmico, combinando ajustes no manejo ambiental e abordagens nutricionais específicas.

A formulação de dietas balanceadas, aliada a um ambiente termicamente confortável, pode contribuir significativamente para a manutenção do desempenho produtivo e do bemestar das codornas expostas a altas

Elimina Patógenos em Segundos

A NUTRIÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE

MITIGAÇÃO

O estresse térmico representa um grande desafio na criação de codornas japonesas, afetando negativamente o consumo alimentar, o metabolismo e a produtividade das aves.

Nesse contexto, ajustes na formulação das dietas tornam-se ferramentas essenciais para mitigar seus efeitos, promovendo a regulação do metabolismo, a manutenção do equilíbrio eletrolítico, a redução do estresse oxidativo e o fortalecimento da imunidade.

Entre as principais estratégias nutricionais para minimizar os impactos do estresse térmico, destacam-se:

Ajuste dos Níveis de Energia e Proteína

A elevação da temperatura ambiente reduz o consumo alimentar das codornas, resultando em menor ingestão de nutrientes essenciais para a manutenção da produtividade. Para contornar esse problema, recomenda-se:

Aumento da densidade energética da dieta, com a inclusão de fontes lipídicas de alta digestibilidade, como óleo de soja, óleo de girassol e óleo de peixe, que possuem menor efeito térmico comparado a carboidratos e proteínas;

Formulação proteica equilibrada, priorizando fontes de proteína de alta biodisponibilidade, como farelo de soja, farinha de peixe e proteína isolada de ervilha, além da suplementação de aminoácidos essenciais (lisina, metionina e treonina) para evitar excessos proteicos e reduzir a produção de calor metabólico.

Uso de Eletrólitos para Manutenção do Equilíbrio Ácido-Base

O estresse térmico intensifica a ofegação das aves, levando à alcalose respiratória e ao desequilíbrio eletrolítico. A suplementação estratégica de eletrólitos contribui para restaurar a homeostase corporal.

A inclusão de bicarbonato de sódio, cloreto de potássio e cloreto de amônio na dieta auxilia na:

Regulação do equilíbrio ácido-base, prevenindo a alcalose respiratória,

Melhoria da hidratação e do consumo de água, essencial para a dissipação do calor corporal,

Otimização da absorção de nutrientes, reduzindo os impactos negativos do calor sobre o desempenho produtivo.

Suplementação de Aditivos Funcionais

O estresse térmico gera um aumento na produção de radicais livres, promovendo o estresse oxidativo e comprometendo a integridade celular.

A inclusão de aditivos funcionais na dieta pode atuar como estratégia de mitigação, incluindo:

Vitaminas antioxidantes: A vitamina C melhora a resistência ao calor e reduz a peroxidação lipídica, enquanto a vitamina E protege as membranas celulares contra danos oxidativos;

O selênio, presente na forma de selenometionina ou selênio orgânico, auxilia na regulação do sistema antioxidante, reduzindo o impacto do estresse térmico sobre as células;

Fitogênicos e extratos vegetais: Compostos naturais, como flavonoides e polifenóis extraídos do orégano, alecrim e cúrcuma, possuem propriedades antiinflamatórias e antioxidantes, ajudando a reduzir a resposta ao estresse térmico.

Incorporação de Aminoácidos Funcionais

Alguns aminoácidos específicos desempenham um papel crucial na adaptação das aves ao estresse térmico. Entre eles:

Glutamina:

Fundamental para a integridade da mucosa intestinal, reduzindo a permeabilidade e prevenindo infecções secundárias;

Arginina:

Participa na síntese de óxido nítrico, promovendo vasodilatação e melhorando a dissipação do calor corporal;

Fontes Alternativas de Nutrição

Além dos ingredientes convencionais, fontes alternativas de nutrição podem contribuir para a melhoria da tolerância ao calor, reduzindo custos e promovendo a sustentabilidade da produção. Algumas opções incluem:

Leveduras e derivados: A levedura de Saccharomyces cerevisiae fornece nucleotídeos e β-glucanas, auxiliando na imunidade e na resistência ao estresse térmico;

Microalgas (como Spirulina e Chlorella): Ricas em antioxidantes, ácidos graxos essenciais e proteínas de alta digestibilidade, as microalgas são uma alternativa promissora para reduzir o impacto do calor sobre o metabolismo das aves; Resíduos agroindustriais nutritivos: Subprodutos como farelo de girassol, polpa cítrica e farinha de insetos podem ser utilizados como fontes proteicas e energéticas, contribuindo para a diversificação da dieta e para a sustentabilidade da produção.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adoção de estratégias nutricionais específicas, aliada a um manejo ambiental adequado, é fundamental para minimizar os impactos do estresse térmico em codornas japonesas.

O ajuste da formulação das dietas, incluindo fontes alternativas e suplementação estratégica de eletrólitos, antioxidantes e aminoácidos, contribui para a manutenção do desempenho produtivo e do bem-estar das aves, garantindo maior eficiência e sustentabilidade na criação.

Estratégias nutricionais para redução do estresse térmico em codornas japonesas

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Referências sob consulta junto ao autor

OTIMIZAÇÃO DO DESEMPENHO EM SITUAÇÕES ESTRESSANTES

Felipe Horta MV, MSc, gerente de produtos, Grupo Nuproxa

Aprodução animal moderna representa um desafio constante: alcançar altos níveis de eficiência em sistemas cada vez mais intensivos, sem comprometer a saúde e o bem-estar dos animais. Os avanços na genética e a intensificação dos sistemas de produção levaram a aumentos significativos na produtividade.

No entanto, a seleção genética intensiva de frangos de corte para crescimento rápido e maior eficiência alimentar levou a uma maior suscetibilidade ao estresse, afetando negativamente seu bem-estar e aumentando a incidência de distúrbios fisiológicos (Hartcher, K. M., & Lum, H. K., 2020), seu sistema imunológico e a qualidade da carne (Sandercock et al., 2001).

Estresse: uma resposta fisiológica com possíveis consequências negativas

De acordo com Silva (2000), o estresse é caracterizado por todos os tipos de agentes externos que geram uma tensão ou resposta por parte do ser vivo. Isso se traduz em alterações comportamentais, fisiológicas e autonômicas na tentativa de se adaptar às mudanças ou de promover uma melhor sobrevivência do organismo.

Existem diferentes tipos de agentes capazes de levar os animais a um estado caracterizado como estresse (Rodríguez, 2002; Martínez, 2008).

Esses agentes externos são chamados de estressores e são de natureza diferente:

Físicos (calor, frio, umidade)

Psicológicos (dor, ansiedade, medo)

Biológicos (estado nutricional, fome)

Mecânicos (contenção, instalações)

Bem como aqueles considerados de origem social, como hierarquia ou dominância de indivíduos sobre outros da mesma espécie.

O objetivo da cascata de estresse é proteger o organismo e restaurar a homeostase.

Entretanto, quando os estressores são prolongados ou de alta intensidade, essa resposta deixa de ser adaptativa e se torna uma fonte de distúrbios fisiológicos e produtivos.

Em resposta a esses estímulos, o organismo animal ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, levando à liberação de cortisol, um hormônio amplamente reconhecido como um biomarcador de estresse em várias espécies animais (Gunnar e Donzella, 2002; Gillespie et al., 2009).

Além disso, de acordo com Lara e Rostagno (2013) estressores ambientais, como altas temperaturas, desencadeiam o estresse oxidativo, aumentando a geração de radicais livres, alterando o sistema de defesa antioxidante e causando danos às células, afetando sistemas importantes, como os sistemas digestivo, locomotor e reprodutivo.

C-Power™: uma solução natural para o

estresse

Ciente desse problema, foi desenvolvido o C-Power™, um aditivo natural formulado a partir de extratos de plantas ricos em fitoativos, especialmente polifenóis e alcaloides.

Esse produto foi projetado para atenuar os efeitos negativos do estresse, melhorando a capacidade de adaptação dos animais aos fatores de estresse que não podem ser completamente eliminados nas condições da fazenda.

Foi demonstrado que a inclusão de polifenóis derivados de plantas em dietas de aves atenua o estresse oxidativo, reduz a peroxidação lipídica e melhora a resposta imunológica, contribuindo assim para um melhor desempenho geral (Abd El-Hack, M. E., et al., 2020).

Tabela 1. Expressão do gene ligado à glutationa peroxidase no sangue de frangos suplementados ou não com C-PowerTM a 200g/tonelada de ração sob estresse por calor.

Grupos

Glutationa peroxidase

Controle 1

C-PowerTM 1,77**

Fonte: Kim et al. (2021)

O aumento da expressão dos genes ligados à glutationa peroxidase demonstra o maior potencial antioxidante no grupo suplementado.

Tabela 2. Níveis de malondialdeído (MDA) no sangue de frangos suplementados ou não com C-Power(TM).

Grupos

Oxidação de lipídios Nmol MDA/mg de proteína

3ª semana de idade 6ª semana de idade

Controle 14,18a 17,00

C-PowerTM 6,10b 10,40

Fonte: Pallavi et al. (2019)

O nível mais baixo de MDA nas galinhas suplementadas demonstra o maior potencial antioxidante do grupo suplementado.

Os resultados acima mostram que os polifenóis presentes no C-Power™ têm uma potente ação antioxidante: neutralizam os radicais livres, reduzem os danos celulares, diminuem a inflamação sistêmica e protegem a funcionalidade dos órgãos vitais, contribuindo assim para preservar a saúde e o desempenho produtivo dos animais.

De acordo com Yang et al. (2015), os compostos bioativos de plantas, como os alcaloides, também podem alterar os níveis de hormônios do estresse, como a corticosterona, em frangos de corte, melhorando sua resistência ao estresse e seu desempenho.

Tabela 3. Níveis de expressão gênica ou dosagem de marcadores de estresse no sangue de frangos suplementados ou não com C-PowerTM a 200g/tonelada de ração sob estresse por calor.

Grupos

Proteína de choque térmico 70

Globulina de ligação ao cortisol livre

Interferon alcance

Controle 1 3998,08*** 1 C-PowerTM 0,54* 4902,00*** 1,42**

*A regulação negativa é expressa com valores <1; ** Regulação positiva expressa com valores >1; ***A globulina de ligação ao cortisol é expressa como um título ELISA. Fonte: Kim et al. (2021)

A menor expressão da proteína de choque térmico 70 indica um nível menor de estresse nos animais suplementados.

A maior quantidade de globulina de ligação ao cortisol livre representa um nível mais baixo de cortisol circulante em frangos tratados.

O aumento da expressão do interferon gama é um sinal de uma resposta adaptativa aprimorada pintinhos .

Tabela 4. Níveis séricos de corticosterona (µg/dl) em frangos suplementados ou não com C-PowerTM a 100g/tonelada de ração sob estresse por calor.

Grupos Corticosterona sérica (µg/dl)

Controle 7,28a C-PowerTM 6,68b

Fonte: Pallavi et al. (2019)

O nível mais baixo de corticosterona sérica em frangos suplementados é um sinal da modulação neuro-endócrina promovida pelos alcalóides presentes no C-PowerTM.

Os alcaloides presentes no C-PowerTM ajudam a evitar consequências mais graves do cortisol, como perda de apetite, imunossupressão e redução do desempenho produtivo.

Aplicativos e benefícios observados

O uso do C-Power™ mostrou resultados concretos em vários estágios do ciclo de produção:

Em aves, ele reduz os níveis de cortisol, entre outros marcadores de estresse, que são convertidos em consumo de ração, GPD e conversão alimentar:

Tabela 5. Níveis de expressão gênica ou dosagem de marcadores de estresse no sangue de frangos suplementados ou não com C-PowerTM a 200g/tonelada de ração sob estresse por calor.

Grupos

Controle C-PowerTM

Peso(g) 2579,1 a 2650,7 b

Ganho de peso (g) 2579,1 a 2650,7 b

Consumo (g) 4250,9 a 4304,9 b

Conversão 1,675 a 1,649 b

Fonte: Kim et al. (2021)

A estimulação da resposta adaptativa ao estresse promovida pelo C-PowerTM resultou em melhor desempenho no grupo suplementado.

Graças a uma combinação de efeitos antioxidantes e moduladores do eixo neuroendócrino, o C-Power™ não apenas protege os animais contra o estresse, mas também contribui para melhorar seu desempenho produtivo e reprodutivo.

Conclusão

Nos sistemas intensivos de hoje, o estresse é um inimigo silencioso, mas constante. Sabemos que nem sempre é possível perceber ou mesmo eliminar todos os fatores que o provocam, mas podemos agir para atenuar seus efeitos.

O C-PowerTM foi criado exatamente com esse objetivo em mente: ajudar os suínos a manter o equilíbrio fisiológico e melhorar a produtividade, mesmo sob fatores de estresse que não podemos controlar.

Mais do que um aditivo, o C-Power é uma ferramenta estratégica que lhe permite enfrentar os desafios do dia a dia com animais mais adaptados e produtivos. Uma solução natural e eficaz, alinhada com as exigências da suinocultura moderna.

Otimização do desempenho em situações estressantes

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Referências sob consulta junto ao autor

SANIDADE, RISCO E SEGURANÇA ALIMENTAR: O QUE A INFLUENZA AVIÁRIA ENSINA AO SETOR PRODUTIVO

AgriNews Play Brasil

Com base em análises técnicas, projeções sanitárias e evidências científicas, especialistas debatem a Influenza Aviária sob a ótica da prevenção, comunicação de risco e segurança no consumo de alimentos.

A confirmação da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma granja de reprodutoras no Rio Grande do Sul, em 15/05/2025, trouxe à tona reflexões essenciais para o setor produtivo avícola.

Mais do que lidar com o episódio em si, o desafio está em entender o contexto sanitário, as medidas preventivas necessárias e — talvez o ponto mais sensível — a forma como riscos devem ser comunicados de maneira eficaz.

Durante a live técnica realizada pela aviNews Brasil, o tema foi abordado sob três ângulos principais, proporcionando uma discussão ampla e esclarecedora sobre o assunto.

Previsibilidade e gestão de risco: Luis Corbellini, Corb Science Solutions;

Segurança alimentar: professor Luciano Bersot, UFPR e membro da Associação Brasileira para a Proteção dos Alimentos; e

Articulação institucional: Sula Alves, ABPA.

A moderação ficou a cargo de Priscila Beck, jornalista e Diretora de Comunicação do Grupo, que conduziu o evento com profissionalismo, garantindo que os especialistas pudessem expor suas análises de forma clara e objetiva. A conversa foi bastante esclarecedora, contribuindo para um entendimento aprofundado do tema e promovendo um debate construtivo entre os participantes.

Planejamento baseado em cenários

“Evitar que a doença chegasse a uma granja comercial era o ideal. Mas nós sabíamos que, cedo ou tarde, iria acontecer”, alertou o professor Luis Corbellini, que coordenou um trabalho com a Secretaria da Agricultura do RS em 2023, projetando possíveis cenários de ocorrência da IAAP no Brasil.

Segundo ele, o desafio real não está no primeiro foco, mas no que virá adiante. “Hoje é uma granja, controlada. Amanhã podem ser dez. A gestão de risco precisa antecipar esse tipo de complexidade”, salientou.

Corbellini defende que a análise de risco não pode ser encarada como um relatório pontual, mas como uma política de Estado.

“A Lei 14.515 já estabelece que a análise de risco será instrumento de fiscalização. Mas ainda falta coordenação interinstitucional, comitês técnicos ativos e planos permanentes que integrem biosseguridade, vigilância e comunicação”, reforçou.

Influenza

Comunicar risco é comunicar ciência

Outro ponto central da fala de Corbellini foi a diferenciação entre “risco real” e “risco percebido”.

Citando o autor Paul Slovic, ele destacou que, mesmo diante de um risco sanitário estatisticamente insignificante (como o consumo de carne de frango em áreas com foco de IAAP), a percepção pública pode provocar quedas abruptas de consumo e desgaste de imagem para o setor.

“Por isso, a comunicação de risco deve ser estratégica, multidisciplinar e constante — não pode ser acionada apenas na crise”, salientou.

Segurança alimentar: o que a ciência diz

O professor Luciano Bersot reiterou o que já é amplamente defendido por órgãos internacionais de saúde: não há evidência científica de que o vírus H5N1 possa ser transmitido pelo consumo de carne ou ovos, desde que devidamente preparados.

Ele destacou características do vírus que reduzem significativamente o risco de transmissão por alimentos preparados de forma adequada.

“É um vírus envelopado, muito sensível a calor e a fatores do próprio trato digestivo humano, como pH gástrico e enzimas. Mesmo um alimento não perfeitamente cozido tende a oferecer risco muito baixo”.

Em sua análise, Bersot citou um estudo canadense de 2024 sobre a termorresistência do H5N.

“Temperaturas de 63°C já mostram inativação do vírus, e os padrões recomendados de cocção estão acima disso — como 74°C. O problema não está no frango cozido, está no frango mal manipulado ou cru em ambientes sem higiene”, dsse.

Ele também criticou o foco excessivo no H5N1 como “vilão”.

“Estamos deixando de falar de Salmonella, E. coli, Campylobacter — esses sim, patógenos clássicos de transmissão alimentar. A influenza aviária não está entre eles”, alertou.

Regionalização, acordos e diplomacia sanitária

A diretora técnica da ABPA, Sula Alves, explicou que as suspensões de exportações que se seguiram à notificação do foco em Montenegro (RS) já estavam previstas nos acordos sanitários firmados com diversos países.

“São cláusulas automáticas, e a maioria dos mercados segue esse padrão. O trabalho da ABPA e do MAPA tem sido de longo prazo, negociando termos de regionalização desde 2019, prevendo esse tipo de cenário”, salientou.

O futuro é integrado e comunicável

A união entre previsibilidade, ciência e comunicação clara foi o ponto comum entre todos os especialistas.

A Associação Brasileira para a Proteção dos Alimentos, da qual Bersot faz parte, tem atuado como ponte entre a academia e a indústria, produzindo material técnico de fácil acesso e organizando ações conjuntas com outras instituições.

“O consumidor não quer alarmismo, mas também não aceita omissão. O setor precisa se posicionar com clareza e consistência”, reforçou Bersot.

ACESSE O PLANO DE CONTINGÊNCIA

Quer entender como o Brasil está preparado para enfrentar novos focos de IAAP?

Sula destacou que, após o episódio de Newcastle no RS, foi possível evoluir nos protocolos com vários parceiros comerciais.

“Hoje, muitos países já aceitam zona de controle, e não mais o bloqueio nacional. Mas outros, como a China, ainda exigem negociações diplomáticas específicas, que estão em andamento.”

Escaneie o QR Code abaixo e acesse o Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária, disponível no site do MAPA.

Manuais, Planos e Notas Técnicas

Influenza Aviária: o que é fato e o que é mito?

Sanidade, risco e segurança alimentar: o que a Influenza Aviária ensina ao setor produtivo

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NO PREVENÇÃO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM

tualmente, o sistema intensivo de criação na avicultura oferece uma fonte acessível de proteína à população mundial, porém, devido à alta densidade nos galpões, aumentam as chances de doenças respiratórias, intensificando o uso de antimicrobianos (GRŽINIC et al., 2023).

Saúde respiratória

As infecções respiratórias em aves são o principal grupo de doenças que causam perdas econômicas significativas para a indústria avícola.

O trato respiratório das aves desempenha um papel essencial na proteção contra agentes patogênicos, utilizando uma combinação de mecanismos que incluem, o transporte mucociliar, filtração, substância trilaminar e fagocitose, que atuam em conjunto na saúde das aves (BAKSI et al., 2017).

Os cílios (Figura 1), presentes na traqueia, são estruturas semelhantes a pelos que impulsionam partículas retidas em direção ao exterior ou à cavidade oral onde será deglutido e sairá nas fezes. A traqueia também possui células caliciformes, responsáveis pela produção de muco (COTTEL, 1995).

O muco, constituído principalmente de água e mucina, forma uma barreira física contra patógenos e partículas inaladas. A uniformidade na produção de muco é fundamental para manter a funcionalidade dos cílios, melhorando sua capacidade de limpeza (BARTOLL, 2002). Em muitas doenças respiratórias as aves sofrem com uma contração nas vias aéreas devido ao edema na área, e juntamente, com a alta produção de mucina, ocasiona uma dificuldade na passagem do ar que leva a sinais clínicos clássicos como respiração ruidosa, apatia, espirros, tosses, penas eriçadas, entre outros (BERNARDINO, 1999).

Nesse contexto, agentes mucolíticos têm sido amplamente utilizados e frequentemente em combinação com antibióticos, para tratar doenças respiratórias e eliminar o excesso de muco contendo as infecções.

Figura 1 - Fotografia de microscopia eletrônica do epitélio mucociliar

A bromexina (Figura 2) tem sido muito utilizada na avicultura no tratamento de infecções respiratórias (LIZBETH et al., 2016)

Ela é um expectorante mucolítico derivado da planta Adhatoda vasica (Figura 3), atuando no aumento das secreções brônquicas e reduzindo sua viscosidade, assim facilitando a eliminação do muco das vias aéreas (GUBBI et al., 2009).

Como expectorante mucolítico, estimula a produção de muco seroso no trato respiratório, o que torna o catarro mais fluido e facilita sua eliminação (SIDDAPPA e HANAMSHETTY, 2016).

Essa propriedade, aliada à sua capacidade de alterar os mucopolissacarídeos das secreções brônquicas, contribui para aumentar a eficácia de antimicrobianos, permitindo uma melhor penetração destes.

Por este motivo, a bromexina é utilizada tanto isoladamente quanto em combinação com antimicrobianos no tratamento de infecções respiratórias (ALESSANDRO et al., 2017).

Shaban e colaboradores (2019), fizeram um estudo no qual frangos de corte foram tratados com tilmicosina e para outro grupo foi administrado cloridrato de bromexina anterior ao tratamento com tilmicosina.

Amostras de sangue foram coletadas em vários momentos pósadministração para análise e como resultados, o pré-tratamento com bromexina reduziu significativamente as concentrações séricas de tilmicosina ao longo do tempo, indicando uma possível maior distribuição tecidual do antibiótico.

Saúde respiratória
Figura 3 – Adhatoda vasica
Figura 2 – Estrutura química da Bromexina

Esses achados sugerem que a bromexina pode melhorar a penetração da tilmicosina em tecidos-alvo, como os pulmões, potencializando sua eficácia no tratamento de infecções respiratórias.

Um estudo conduzido por Kim et al. (2024) explorou a coadministração de amoxicilina e bromexina em poedeiras, demonstrando que essa combinação aumentou significativamente os níveis plasmáticos da amoxicilina, sem alterar seu tempo de eliminação.

Outro exemplo da associação de bromexina com outros compostos foi no estudo de Radi e colaboradores (2020) associando bromexina com tilmicosina e óleo de tomilho. Esta associação demonstrou benefícios no tratamento de pasteurelose em frangos de corte.

A combinação melhorou os parâmetros hematológicos e histopatológicos e diminuiu a reisolamento de P. multocida em comparação ao tratamento isolado com tilmicosina.

A ação mucolítica da bromexina parece ter potencializado a distribuição da tilmicosina nos tecidos respiratórios, contribuindo para maior eficácia terapêutica.

A bromexina já foi avaliada por Cerdá et al 2000 associada a um antimicrobiano macrolídeo (Tilosina) sobre a atividade imunomoduladora do sistema respiratório de frangos de corte.

Foi observado aumento significativo do número de macrófagos nos animais tratados apenas com a bromexina e com a bromexina + antimicrobiano macrolídeo.

Dessa forma, além das funções específicas de cada medicamento (mucolítico/ secretolítico e antimicrobiano), eles podem ajudar na eliminação de agentes respiratórios infecciosos, através de funções imunomoduladoras.

A associação da bromexina com a vacina para Bronquite infecciosa das galinhas (BIG) foi avaliada por Gholami-ahangaran et al. (2024). Os resultados mostraram que o uso de bromexina na primeira vacinação não teve efeito na resposta imune da mucosa.

No entanto, com a segunda e terceira vacinações, os títulos de anticorpos para a vacina (BIG) foi maior nos frangos que receberam a vacina associada à bromexina.

Parece que o uso de bromexina na vacinação de reforço (BIG) pode melhorar a resposta imune específica da mucosa.

A bromexina tornou-se uma ferramenta importante na avicultura moderna. Sua ação mucolítica, ao favorecer a distribuição de medicamentos nos tecidosalvo, permite potencializar o efeito terapêutico de antimicrobianos e outros compostos, minimizando perdas relacionadas a doenças respiratórias, oferecendo uma solução eficiente, potencializando tratamentos existentes e promovendo maior recuperação das aves.

Importante ressaltar a capacidade da bromexina em atuar sobre a imunidade de mucosa do sistema respiratório, favorecendo estratégias preventivas no controle de doenças respiratórias.

Uso de Bromexina no Controle e Prevenção de Doenças Respiratórias em Frangos de Corte BAIXAR EM PDF

Referências sob consulta junto ao autor

Saúde respiratória

DESBLOQUEANDO O POTENCIAL DA PROTEÍNA: GERENCIANDO INIBIDORES DE TRIPSINA NA PRODUÇÃO DE FRANGOS NO BRASIL

David Torres

Líder Regional Sênior de Serviços TécnicosMinerais e Enzimas na NOVUS

Na produção avícola brasileira, maximizar a eficiência alimentar é essencial para a lucratividade e o crescimento. Um desafio frequentemente negligenciado que compromete esses objetivos é a presença de inibidores de tripsina nos ingredientes da ração, especialmente no farelo de soja.

Entender e mitigar o impacto dessa condição natural é fundamental para garantir o alto desempenho em um mercado competitivo e sensível ao custo.

O QUE SÃO OS INIBIDORES DE TRIPSINA?

Inibidores de tripsina são proteínas naturais encontradas principalmente na soja e em outras leguminosas. Eles se ligam à tripsina, uma enzima digestiva essencial responsável pela quebra de proteínas alimentares em aminoácidos disponíveis.

Quando a atividade da tripsina é bloqueada, a utilização da proteína diminui, levando a menores taxas de crescimento e piores índices de conversão alimentar.

Além de reduzir a digestão dos nutrientes, os inibidores de tripsina estimulam o pâncreas a superproduzir enzimas, o que pode resultar em hipertrofia pancreática (Figura 1). Com o tempo, esse estresse fisiológico compromete a saúde geral das aves e a absorção de nutrientes.

Nas operações brasileiras, onde a dependência do farelo de soja é elevada e a variabilidade na qualidade dos ingredientes pode ser significativa, o controle dos níveis de inibidores de tripsina é fundamental.

AVES JOVENS: AS MAIS VULNERÁVEIS

Pintinhos, especialmente nas duas primeiras semanas de vida, são os mais suscetíveis aos efeitos negativos dos inibidores de tripsina. Antes dos 14 dias de idade, a produção natural de enzimas proteolíticas, como a tripsina, é baixa.

A exposição a altos níveis de inibidores durante essa fase crítica de crescimento pode prejudicar o desenvolvimento inicial, comprometendo a uniformidade do lote e os pesos finais.

Figura 1. Hipertrofia pancreática devido ao inibidor de tripsina (Pacheco et al., 2014)

OTIMIZANDO O POTENCIAL NUTRICIONAL DA SOJA COM ENZIMAS

A suplementação com enzimas é uma estratégia chave para enfrentar o desafio dos inibidores de tripsina.

Enzimas proteases contidas no aditivo enzimático CIBENZA® EP150 ajudam a quebrar proteínas complexas, hidrolisando os inibidores de tripsina, auxiliando na digestão das proteínas e na liberação de aminoácidos.

O aditivo enzimático CIBENZA® EP150 oferece várias vantagens:

Melhora na Digestão de Proteínas: Ao degradar proteínas afetadas por inibidores de tripsina, essa protease aumenta a disponibilidade de aminoácidos (Figura 2), apoiando o desenvolvimento muscular e a conversão alimentar.

Saúde Intestinal Aprimorada: Menos proteína não digerida no intestino signi ca menos substrato para bactérias patogênicas como Clostridium perfringens, Salmonella e E. coli, ajudando a reduzir desa os entéricos.

Absorção Otimizada de Nutrientes: A suplementação com protease aumenta a absorção de nutrientes, suportando ganhos diários mais elevados e melhor desempenho do lote.

Figura 2. Impacto do inibidor de tripsina na digestibilidade dos aminoácidos (Wedekind et al., 2020)

CONSIDERAÇÕES LOCAIS: VARIABILIDADE NO FARELO DE SOJA

O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo. Embora a oferta seja abundante, a variabilidade nas condições de processamento significa que a atividade dos inibidores de tripsina pode variar consideravelmente entre os lotes. Segundo relatórios, o preço da soja aumentou 73% no último ano no Brasil.

Para os produtores brasileiros que buscam equilibrar os custos dos insumos com o desempenho do lote, o uso de soluções enzimáticas direcionadas pode ser uma ferramenta crucial para o sucesso.

IMPLICAÇÕES ECONÔMICAS E OPERACIONAIS

Reduzir o impacto negativo dos inibidores de tripsina contribui para diversos KPIs críticos na avicultura brasileira:

Melhor Conversão Alimentar (CA): Com a ração representando mais de 66% dos custos de produção de frangos no Brasil, mesmo pequenas melhorias na CA têm impacto direto na rentabilidade.

Melhor Ganho de Peso Vivo: O crescimento inicial estabelece a base para os pesos de mercado, afetando diretamente o retorno econômico por ave.

Maior Uniformidade: Gerenciar desafios digestivos precoces o crescimento inicial influencia o peso de abate, afetando facilitando o processamento e melhorando os rendimentos.

Essa combinação de preços elevados e variabilidade leva produtores e nutricionistas a buscar soluções que maximizem o aproveitamento desse ingrediente essencial.

As enzimas podem ajudar, mas é fundamental que os produtores monitorem a qualidade dos ingredientes recebidos e apliquem estratégias de mitigação adequadas, como:

Testes regulares do farelo de soja para determinar os níveis de inibidores de tripsina (um representante da Equipe Técnica da NOVUS pode auxiliar).

Aquisição, sempre que possível, de farelo de soja de alta qualidade e adequadamente processado.

Uso estratégico de soluções enzimáticas com protease como o aditivo enzimátic CIBENZA® EP150 para proteger contra inconsistências entre lotes de ração.

CONCLUSÃO

Como segundo maior produtor mundial de carne de frango, a indústria avícola brasileira, voltada para alto volume e eficiência, precisa gerenciar fatores antinutricionais como os inibidores de tripsina.

O aditivo enzimático CIBENZA® EP150 é uma solução de nutrição inteligente baseada em ciência, que promove o crescimento ideal dos frangos, a saúde das aves e a lucratividade dos produtores.

Ao adotar estratégias proativas contra os inibidores de tripsina, os produtores brasileiros de frangos podem liberar maior desempenho de seus lotes e proteger suas margens em um ambiente cada vez mais competitivo.

Desbloqueando o Potencial da Proteína: Gerenciando Inibidores de Tripsina na Produção de Frangos no Brasil BAIXAR EM PDF

Gerenciando
de Tripsina na Produção de Frangos no Brasil

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Quando você precisa de soluções precisas para desafios do mundo real, as enzimas NOVUS® CIBENZA® fornecem resultados superiores. Levamos a digestibilidade inteligente para o próximo nível, simplificando a superação de desafios de dieta e levando seus animais a atingir seu potencial genético máximo. Veja como enzimas de nível profissional podem ajudar a alcançar resultados precisos em novusint.com/enzymes

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INDICADORES-CHAVE DE DESEMPENHO DA PRODUÇÃO DE FRANGOS NA AMÉRICA LATINA: BENCHMARKING INTERNACIONAL

José Guilherme Morschel Barbosa

Diretor da Divisão Internacional de Frangos de Corte da Agri Stats International

OBenchmarking é um processo contínuo pelo qual produtos, serviços ou processos de trabalho de empresas líderes, são tomados como referência, e comparados com os da própria empresa para, então, realizar melhorias e implementá-las.

Não se trata de copiar o que os seus concorrentes fazem, mas sim aprender o que os líderes fazem para implementar na sua empresa, acrescentando melhorias.

Se tomarmos como referência aqueles que se destacam na área que pretendemos melhorar e estudarmos as suas estratégias, métodos e técnicas para posteriormente melhorálos e adaptá-los à nossa empresa, alcançaremos um alto nível de competitividade.

A prática da mensuração é uma estratégia que as organizações estão implementando para fortalecer os sistemas de gestão e conscientizar os gestores sobre as orientações estratégicas.

Esta prática visa desenvolver na empresa a capacidade de medir e avaliar a gestão, com o objetivo de conhecer os pontos críticos de desempenho.

TIPOS DE BENCHMARKING

Existem diferentes tipos de Benchmarking: competitivo e interno.

O objetivo comum de ambos os tipos é ajudar os gestores a enxergar além de seus departamentos, organizações, concorrentes ou outros setores onde há empresas que são as melhores da categoria.

Benchmarking Competitivo

O Benchmarking Competitivo procura medir os produtos, serviços, processos e funções dos principais concorrentes, com o objetivo de realizar uma comparação com a nossa empresa e poder detectar e realizar melhorias que superem as dos nossos concorrentes.

Isso permite gerar planos de ação focados em trabalhar as deficiências, bem como identificar as oportunidades de melhoria e facilita a gestão de recompensas e avaliação do pessoal.

O objetivo do Benchmarking competitivo é identificar informações específicas sobre os produtos, processos e resultados comerciais dos seus concorrentes e compará-los com os da sua organização. (Spendolini, 1994).

Frangos

Além disso, se compararmos essas medições com as de outras empresas ou cadeias de abastecimento, é possível estabelecer um paralelo em termos de gestão, resultados e níveis de desenvolvimento, conseguindo conhecer com maior precisão os pontos fortes e fracos em relação à indústria.

Benchmarking interno

O Benchmarking Interno é realizado dentro da própria empresa.

Por sua vez, o Benchmarking competitivo ou análise comparativa é um processo que permite a uma empresa comparar seu desempenho com outras no mesmo setor.

No mundo dos negócios, o conceito utilizado é o Benchmarking, que consiste em “um processo contínuo de mensuração de produtos, serviços e práticas em relação aos concorrentes mais fortes ou àquelas empresas reconhecidamente líderes da indústria.”. (David T. Kearns, diretorgeral da Xerox Corporation, citado por Camp, 1995).

Geralmente é realizado em grandes empresas que possuem diferentes departamentos ou também em grupos empresariais formados por várias empresas.

No processo, é identificado um departamento ou área como exemplo a seguir pelos seus bons resultados, para poder realizar um Benchmarking com os outros departamentos internos da empresa.

ETAPAS DO BENCHMARKING

1 Planejamento;

2 Coleta de dados;

3) Análise;

4) Ação;

5) Acompanhamento.

Coordenadora técnica de território

Assim como a Marcela Triginelli, cada membro de nossa equipe desempenha um papel importante na cadeia produtiva de alimentos do Brasil.

Prezamos pela qualidade e segurança alimentar, e temos orgulho em fazer parte da indústria, garantindo que alimentos seguros cheguem às mesas das pessoas em todo o mundo.

SAIBA MAIS
SOBRE OS NOSSOS PRODUTOS:

1) Planejamento

O principal objetivo desta primeira fase é planejar a pesquisa a ser realizada. Nesta fase, temos de responder a três perguntas:

O que eu quero medir?

Quem eu quero medir?

Como vamos fazer isso?

2) Dados

1 2

A coleta de dados é fundamental para o Benchmarking, e disso dependerá em grande parte o sucesso ou o fracasso de todo o processo. Podemos obter dados de diferentes fontes: internas, de associações profissionais ou de nossas próprias pesquisas, entre outras. 3

3) Análise

Depois de recolher as informações necessárias, devemos analisar os elementos que causam as diferenças entre a nossa empresa e as empresas estudadas, com o objetivo de identificar oportunidades de melhoria.

4) Ação

4

O próximo passo, após analisar as informações e selecionar os aspectos de referência nas empresas selecionadas, é o momento de adaptá-los à nossa empresa, mas sempre implementando melhorias.

5

5) Acompanhamento.

Nesta última fase, deve ser elaborado um relatório com todas as informações relevantes do processo. Isso ajudará a retomar o trabalho em projetos subsequentes.

A ideia é que se torne um exercício sustentado da empresa ao longo do tempo para adotar a melhoria contínua.

De acordo com Camp (1995), o Benchmarking é a aplicação formalizada e mais disciplinada de vários passos básicos para a melhoria operacional e a obtenção de resultados.

O processo de análise comparativa apresenta vários pontos importantes que ajudam a entender rapidamente o processo.

Isso pode ser dividido em duas partes: práticas e medições.

As práticas são definidas como os métodos utilizados

A medição é o efeito quantificado da implementação das práticas.

Cada uma delas pode ser investigada através do processo.

Por sua vez, Spendolini (1996) considera que o Benchmarking é um processo contínuo e sistemático para avaliar os produtos, serviços e processos de trabalho das organizações reconhecidas por executar as melhores práticas, que visam a melhoria organizacional.

O Benchmarking competitivo é, portanto, extremamente útil quando se busca posicionar os produtos, serviços e processos da organização no mercado. E ganha enorme importância devido ao grande valor das informações coletadas, já que as práticas da concorrência afetam tanto as percepções dos clientes, como as dos fornecedores, acionistas, clientes potenciais e "observadores do setor", todos os quais impactam diretamente no sucesso do negócio. (Spendolini, 1994).

Frangos

UMA VISÃO DE LONGO PRAZO: MUDANÇAS NO

CUSTO, PRODUÇÃO E EFICIÊNCIA

Vejamos como o Benchmarking pode ser muito funcional no processo de tomada de decisões das empresas produtoras de carne de frango:

Reprodutoras

Custo da ave recriada

Mortalidade de aves em recria

Custo do ovo incubável

Mortalidade de aves em produção

Ovos/Galinha (65 semanas)

Nascimento (65 semanas)

Pintos/Galinhas (65 semanas)

% de ovos descartados

Incubação

Custo do pintinho de 1 dia

Custo da incubadora

% de nascimentos

Produtividade

Eficiência energética

Transporte de ovos e pintos

Fábrica de ração

Custo de fabricação e distribuição de alimentos

Produtividade

Eficiência energética

% de perda

Custo do frango vivo

Custo da alimentação

Mortalidade

Ganho de peso diário

Conversão Alimentar

Eficiência da formulação

Planta de Processamento

Custo do processamento

Produtividade do1º e 2º processos

Valor de desempenho agregado

Mistura de produtos

Frango

O Benchmarking é um mecanismo para reduzir custos, otimizar recursos e melhorálos, servindo para incluir métodos e sistemas necessários para um melhor funcionamento da empresa.

Existem diferentes formas de elaborar um Benchmarking, embora tenham todas o mesmo objetivo: aprender e implementar estratégias para alcançar um excelente desempenho em tudo o que se faz.

ABenchmarking não é um processo de receitas de livros de culinária em que basta procurar os ingredientes e usá-los para ter sucesso.

BC

Benchmarking é um processo de descoberta e uma experiência de aprendizado.

Benchmarking é uma estratégia de negócios vencedora. Ajuda a alcançar um desempenho excelente.

Benchmarking é uma nova forma de fazer negócios. E

D F

É uma nova abordagem administrativa. É uma estratégia que promove o trabalho em equipe ao focar a atenção nas práticas de negócios para manter a competitividade, em vez de no interesse pessoal e individual. Adaptado de Palma (2009).

Indicadores-chave do desempenho da produção de frango na América Latina: Benchmarking Internacional

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COBB-VANTRESS BRASIL CELEBRA 30 ANOS COMO HUB DE PRODUÇÃO PARA AMÉRICA DO SUL

Unidade é a segunda em representatividade na Companhia e a primeira empresa compartimentada no mundo

No último dia 02 de março, a CobbVantress Brasil completou 30 anos. Instalada em Guapiaçu (SP), em 1995, a empresa coleciona resultados positivos, desempenho impressionante em toda a América do Sul e comemora a marca de segunda unidade mais representativa da companhia no mundo, em volume de vendas, além de ser a maior produtora de aves da América Latina.

A empresa é subsidiária da CobbVantress, fundada em 1916, em Siloam Springs, Arkansas, nos Estados Unidos, que possui o título de mais antiga casa genética avícola em operação no mundo, comemorando 109 anos de existência, em 2025.

COBB LatCan

A unidade instalada no Brasil fornece aves de produção com genética selecionada e de alta performance, além de serviços técnicos e conhecimentos para que a indústria alcance o máximo potencial da produção e, consequentemente, conquiste resultados financeiros de excelência.

A subsidiária é um hub de produção da companhia para o abastecimento de toda a América do Sul. Para consolidar essa posição, ano após ano, a companhia tem feito diversos investimentos em suas unidades produtivas já ativas e em novas granjas e incubatórios para manter a posição e acelerar a oferta aos países da região.

Ao longo dos anos, a ave com a genética Cobb se diferenciou pela habilidade de fazer “mais com menos” e, hoje, apresenta Conversão Alimentar e Ganho de Peso Diário otimizados pelo melhoramento genético e oferecendo um pacote de vantagens robusto, que entrega à indústria uma rentabilidade maior, em um tempo de produção menor.

O pacote composto pelo Cobb Male entrega performance de excelência a nível de frango de corte, índices melhorados de ganho de peso e melhor conversão alimentar, de até 4 gramas a mais de GPD e até 4 pontos adicionais em CA.

Já o Macho MX, outro carro-chefe da companhia, apresenta índices superiores de eclosão e fertilidade. Estes fatores contribuem para que a indústria obtenha maior rentabilidade, muitas vezes em um tempo menor, já que o frango chega ao peso ideal de abate antes de outras opções do mercado.

A inovação e a tecnologia estão no DNA da empresa, desde o desenvolvimento dos produtos, do pedigree ao frango de corte.

Iniciativas como o Proving Ground, projeto inovador na genética mundial, permite à companhia reduzir o tempo de desenvolvimento de novos produtos, entregando cada vez mais eficiência à indústria.

Tecnologias de rastreamento de entregas, climatização de veículos de transporte de ovos e de aves e processos de qualidade considerados como benchmarking também contribuem para a consolidação da Cobb no Brasil.

Comemoração

“Nosso foco sempre estará no progresso genético contínuo, na eficiência do pacote genético e no acompanhamento minucioso da produção de nossos clientes.

Nosso time LatCan é altamente especializado e é referência para a nossa companhia em todo o mundo.

Fazemos questão de desenvolver parcerias e relacionamentos de confiança com nossos clientes, para que eles saibam que, muito além de um produto, vendemos alta performance, garantia de sanidade e o melhor apoio técnico no mercado avícola.

Nossa missão sempre foi além do abastecimento do mercado: queremos alimentar o mundo com proteína saudável e acessível. Por isso, estes 30 anos de Cobb no Brasil nos enchem de orgulho e motivação para irmos cada vez mais longe”, diz Bernardo Gallo, VicePresidente da Cobb LatCan.

Hoje, a empresa possui, em Guapiaçu (SP), um incubatório, uma granja, o escritório comercial e o Laboratório de Controle de Qualidade, considerado um laboratório de análises completo para a avicultura no Brasil.

Outros dois incubatórios estão instalados em Palestina (SP) e em Água Clara (MS). As seis granjas no Brasil estão localizadas em Guapiaçu (SP), Palestina (SP), Paulo de Faria (SP), Água Clara (MS), Itapagipe (MG) e Campína Verde (MG). Um novo complexo está sendo inaugurado em Prata (MG), com a expectativa de aumento de produção de até 25%.

As primeiras tratativas para a instalação de uma unidade da Cobb no Brasil tiveram início em 1993. Uma parceria com as empresas Frango Sertanejo e Globoaves formalizou a joint-venture responsável pela instalação de toda a estrutura necessária para a operação de uma nova empresa avícola em solo brasileiro.

Dois anos depois, em 1995, a Cobb-Vantress Internacional adquiriu a participação de ambas as empresas, consolidando a Cobb-Vantress Brasil, que viria a se tornar a maior produtora de aves da América Latina.

Desde o seu princípio, o foco de negócios da Cobb Brasil sempre foi ir além de suas fronteiras. A subsidiária iniciou operação com atendimento e vendas para toda a América do Sul, incluindo Argentina, Peru, Colômbia, Bolívia, Venezuela, Paraguai, Chile e Equador. Desde 2023, a partir de uma estratégia global, passou a abranger América Latina e Canadá, sendo denominada Cobb-Vantress LatCan.

Com exceção do Canadá e Camex, que contam com comercialização realizada pela subsidiária brasileira e entrega de produtos encaminhada pela unidade dos Estados Unidos, a Cobb-Vantress Brasil é responsável por comercialização e Serviço Técnico a clientes de 10 países.

São eles: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Bolívia, Equador, Peru, Venezuela, Colômbia. Esta unidade também pode exportar pintos de um dia e ovos férteis para Europa, África e Ásia, em casos de demandas não atendidas por outras subsidiárias.

Parcerias firmadas com empresas de referência no setor permitem a multiplicação de produtos Cobb para atendimento a mercados específicos. Atualmente, a parceria firmada com a Agrogen, em 1997, permite a produção de matrizes para distribuição no Sul do Brasil. Assim, os incubatórios e granjas localizados em Guarapuava (PR) e em Montenegro (RS) também estão a serviço da Cobb

A equipe de Serviço Técnico da Cobb-Vantress LatCan conta, atualmente, com 18 especialistas altamente capacitados, para acompanhar integralmente toda a produção do cliente. O objetivo do time é compartilhar conhecimentos e boas práticas nas mais diversas áreas que envolvem a produção avícola, da chegada do produto ao cliente até o abate, incluindo temas como ambiência e nutrição.

A capacidade técnica e a alta especialidade da Cobb no Brasil contribuíram para que a empresa se tornasse a primeira companhia no mundo a atuar sob o modelo de compartimentação, em 2016.

Validado pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), o modelo norteia a criação avícola em unidades com elevado grau de biosseguridade, criando subpopulações, para maior controle sanitário e normas de biossegurança mais rígidas.

Com 1.200 colaboradores em toda a operação na região, a Cobb LatCan já se prepara para os próximos 30 anos.

“Investimos constantemente em nossa estrutura física, em biosseguridade e em nosso time. Temos valores consolidados, que guiam nossas parcerias e relacionamentos de longa data. Estamos preparados e otimistas para dar continuidade ao nosso negócio e ajudar a perpetuar a marca Cobb nas Américas”, destaca Gallo.

Para Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o trabalho da Cobb ao longo destes 30 anos impulsionou a inovação, a eficiência produtiva e a sustentabilidade do setor.

“O compromisso da Cobb com a excelência tem sido fundamental para apoiar o desenvolvimento da atividade e o avanço setorial como auxiliador da segurança alimentar das nações, seja por meio da produção interna ou por meio do comércio global, como é o caso do Brasil”, avalia.

Comemoração

1995

Fundação da subsidiária brasileira da Cobb-Vantress, em Guapiaçu(SP), no dia 02/03/1995. Clientes de toda a América do Sul passam a contar com produção e atendimento comercial direcionados a partir do Brasil.

1998

Inaugurada a segunda Granja da Cobb no país, iniciando a conquista do mercado Sul-americano.

2002

Instalação do Incubatório de bisavós (ICB), em Palestina (SP).

2005

Tem início a parceria entre Granja Alvorada e Cobb. Com isso, a Cobb passa a ter mais uma granja de avós (Granja 06). Construção do segundo Incubatório de avós, em Água Clara (MS).

2009

Cobb compra a empresa Hybro com unidade em Itapagipe (MG).

2013

Início das operações da Granja 04, em Campina Verde (MG).

2017

Cobb compra a parte da Granja Alvorada e passa a ser dona exclusiva da Granja de Avós de Água Clara (MS).

2022

Expansão das Granjas 04 e 05, na cidade de Itapagipe (MG).

2024

Expansão do Laboratório de Qualidade da Cobb Brasil, em Guapiaçu (SP).

1997

Firmada a parceria com a empresa Agrogen que passou a ser multiplicadora Cobb na região Sul do país.

2001

Construção da primeira granja de bisavós (Granja 03) em Paulo de Faria (SP).

2004

Início das atividades do novo escritório em São José do Rio Preto (SP).

2008

Ampliação escritório administrativo em Guapiaçu (SP).

2010

Início dos investimentos da Cobb-Vantress Brasil na comunidade local, com especial foco na melhoria da qualidade de vida das crianças da região e apoio a creches da cidade de Guapiaçu.

2016

Cobb-Vantress Brasil torna-se a primeira companhia avícola com modelo de compartimentação do mundo com aprovação da Organização de Saúde Animal (OIE).

2018

Expansão da Granja 02, em Palestina (SP).

2023

Início da construção do incubatório de Prata (MG).

completa 30 anos no Brasil.

Cobb-Vantress Brasil celebra 30 anos como hub de produção para América do Sul BAIXAR EM PDF

PONTOS-CHAVE NO MANEJO DE REPRODUTORES(AS) PARA A QUALIDADE DA PROGÊNIE

Jeffersson Lecznieski Consultor em Avicultura pela Boreal Consultoria

Omelhoramento genético das aves visa melhorar parâmetros produtivos, zootécnicos e de conformação do frango de corte.

Portanto, as Matrizes e Avós são uma etapa intermediária deste processo por serem os transportadores destes atributos genéticos e, por isso, acabam sendo “penalizadas”.

Apenas como exemplo, um atributo muito forte que possui o frango de corte que foi selecionado geneticamente é a voracidade de consumo de alimento, que nas matrizes e avós acaba sendo um grande problema, pois são aves de grande porte e que possuem alimentação restrita, ou seja, consomem pouco volume em relação a sua capacidade de ingestão.

Esta combinação, aves vorazes e baixo consumo de alimento, resulta num baixo tempo de consumo de alimento que resulta em desuniformidade do plantel, aves estressadas, bicagem ou “bicar penas”, entre outros problemas. Portanto, nutrição e manejo alimentar precisam estar muito bem ajustados em reprodutoras.

Ao contrário das poedeiras comerciais que tem como objetivo final o ovo, nas reprodutoras o termino não e apenas no pintinho, mas sim, no frango aos 40-45 dias, pois sabemos que existe grande impacto da qualidade do pintinho no resultado final do frango.

Uma grande bagagem nutricional, imunitária e de sanidade são transmitidas da matriz para o pintinho e que tem muito impacto ao longo da vida do frango.

São vários os pontos críticos de controle das fêmeas e dos machos reprodutores. Vou listar alguns.

UNIFORMIDADE

A Uniformidade é um dos parâmetros mais importantes pois tem impacto durante toda vida do lote. O controle de uniformidade deve ser feito desde a chegada das pintainhas, através da ração e do manejo.

A fase de recria (das 4 até +/-16 semanas) é a mais crítica pois, além de ser bastante longa e as aves terem muita restrição de alimento, as aves recebem vários tipos de manejo que são muito estressantes, como vacinas e classificações de peso.

Ao mesmo tempo durante este período as aves estão formando seu esqueleto e todo sistema reprodutivo (ovário e testículos). Por isso devemos dar grande atenção a este período de Pré-Produçao, mas que terá grande impacto na Produção.

NUTRIçãO

A nutrição em si tem uma grande importância tanto no desenvolvimento como na produção dos machos e fêmeas.

Por serem animais selecionados geneticamente para eficiência e velocidade de ganho de peso, são aves que respondem muito a níveis nutricionais, principalmente aos aminoácidos essenciais, em especial a lisina que é o aminoácido que mais impacta o ganho de peso.

Precisamos restringir tanto nos limites máximos de lisina digestível como às vezes limitar a inclusão do farelo de soja nas fórmulas, já que o farelo de soja é rico em lisina.

Armadilha Nutricional! Muito cuidado para os nutricionistas que trabalham com “margem de segurança” nas Matrizes Nutricionais.

Para reprodutoras isso acaba sendo uma grande armadilha, pois ao contrário dos frangos em que não faz mal termos uma sobra de nutrientes, para as reprodutoras estas sobras podem trazer grandes malefícios como ganho de peso e desbalanço nutricional.

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A nutrição de reprodutoras realmente é muito mais complexa do que de frangos, onde não nos preocupamos muito com os excessos, desde que tenha custo mínimo. A nutrição de custo mínimo para reprodutoras, às vezes é um grande perigo, visto a quantidade de restrições que temos na fórmula.

Como exemplo, se temos uma fonte de energia barata como soja integral ou expeller de soja com alta gordura, o programa de formulação vai usar o máximo possível para fazer a ração o mais barata possível (combinando com uma fonte de fibra barata).

Porém, para reprodutoras, o excesso de gosrdura não é bem-vindo, exceto em casos bem específicos como para ração de pré-postura para fazer a reserva de gordura para fase de produção. Nas demais fases o excesso de gordura é muito perigoso.

Devemos reforçar o máximo possível níveis de vitaminas, minerais (na forma orgânica de preferência), aminoácidos essenciais e não essenciais, imunomoduladores como betaglucanos, melhoradores de qualidade intestinal como probióticos, ácidos orgânicos, óleos essenciais, entre outros.

Enfim, tudo que auxilie no desenvolvimento da ave, mas que não tenha impacto no ganho de peso dela, será bem-vindo.

Devemos lembrar que são aves que consomem pouca quantidade de alimento, mas que deve ter muita qualidade, pois estes nutrientes serão tanto utilizados pela galinha ou galo, como também transferidos para a progênie.

Vários nutrientes consumidos pela ave, assim como seu status imunitário e de sanidade, são transferidos para o ovo e, consequentemente, para a progênie.

Empenamento: talvez o maior problema das empresas atualmente não seja a produção de ovos, mas a fertilidade. Galinhas que são mais produtivas (de ovos), tendem a ter problemas de empenamento e isso leva a uma recusa do macho, levando a uma queda de fertilidade. Isso pode ser corrigido ajustando níveis de alguns aminoácidos na ração de recria e de pré-postura.

MACHOS

Os machos tendem a ganhar mais peso ainda do que as fêmeas, e este controle do ganho é fundamental. Machos muito pesados, além de terem dificuldade na cópula reduzindo a fertilidade, apresentam menor persistência reprodutiva.

Está comprovado cientificamente que altos níveis de arginina (ate 250% da lisina digestível) melhoram desempenho reprodutivo dos machos. Uso do ácido guanaminacético (precursor da creatina) e de cantaxantina na raçao são bastante eficientes para melhorar a atividade e fertilidade dos machos, respectivamente.

avós não e uma tarefa fácil. Exige muito cuidado e atenção nos programas de formulação de mínimo custo. E fazer menos mudanças possível.

Pontos chaves no manejo de reprodutores(as) para a qualidade da progênie BAIXAR EM PDF

Referências sob consulta junto ao autor

A LONGEVIDADE DAS POEDEIRAS COMEÇA NA CRIAÇÃO

Atualmente as galinhas poedeiras prolongaram o seu período de postura, geralmente vemos períodos mais longos com alta produtividade na granja. Os períodos de produção dos lotes passaram de apenas 72 semanas de idade no passado para mais de 90 semanas nos dias atuais.

A maior longevidade das galinhas poedeiras exige uma melhoria das práticas de manejo, nutrição e saúde. Não há dúvida de que uma gestão ideal para garantir um longo ciclo de produção começa na criação.

Neste artigo vamos nos concentrar nos principais tópicos que devem ser levados em conta durante a criação para estabelecer as bases para enfrentar com garantias o longo ciclo de produção das camadas.

Como a longevidade e a criação estão ligadas

Os principais objetivos da fase de criação são finalizar o processo com uma franga com o desenvolvimento corporal adequado, um adequado consumo de ração combinado com um bom desenvolvimento do sistema digestivo e do sistema imunológico.

Quando as galinhas começam a produção de ovos, a franga deve estar pronta para um desafio incrível:

Sua demanda de nutrientes aumenta muito rapidamente, uma vez que sua produção em massa de ovo vai crescer muito rápido.

Eles ainda têm um ganho de peso corporal substancial nas semanas seguintes, pois os órgãos sexuais estão em desenvolvimento.

Esta capacidade limitada de ingestão de alimento produz uma redução da taxa de crescimento ou mesmo uma perda de peso corporal durante o início da produção de ovos, se a capacidade de ingestão de ração não foi desenvolvida adequadamente.

Se a ingestão de ração não for boa o suficiente, teremos quedas de produção após o pico de produção (Gráfico 1), bem como desafios de saúde devido a este estresse adicional.

(semanas)

Padrão Brown Nick Lote de ciente

Gráfico 1: Curva de produção de um lote com baixo consumo de ração no início da produção.

O osso medular começará a fornecer parte do cálcio necessário para a formação da casca do ovo.

Além disso, as aves mal podem ter ingestão su ciente de ração devido a uma capacidade limitada de ingestão de ração.

Como as galinhas poedeiras estão aumentando seu tempo de produção, este desafio no início da vida produtiva implica um estresse para as aves, esgotando assim suas reservas para o futuro e, consequentemente, tendo impactos negativo não só nesta fase, mas também no final da produção.

Desenvolvimento

corporal

e longevidade das frangas

O desenvolvimento do corpo da franga é uma das chaves para uma poedeira com longevidade produtiva. É monitorando através do peso corporal ao longo das semanas de vida.

Também podemos avaliar o bom desenvolvimento do esqueleto avaliando o comprimento da quilha ou do tarso, no entanto, devido à variabilidade dessas medidas, a avaliação do peso corporal é suficiente para obter boas informações.

O crescimento dos tecidos da franga são dependentes da idade, como podemos ver no Gráfico 2, a estrutura principal do esqueleto é construída nas primeiras 5-6 semanas da vida da ave.

Portanto, é importante ter as frangas no peso ideal nesta fase para um desenvolvimento corporal ideal.

Entre a 5ª-6ª semana de idade há um pico de crescimento de músculo e ossos, isto é, a estrutura do corpo da franga. O tecido adiposo começa a crescer por volta da semana 10ª e haverá um pico de crescimento de todos os tecidos quando ela atingir a maturidade sexual.

A maioria dos nutrientes que permitirão um bom desenvolvimento ósseo na galinha serão as partículas finas da ração. É importante ter um tamanho de partícula homogêneo da ração, no entanto nutrientes como vitaminas e minerais terão o menor tamanho de partícula.

Portanto, é importante que as frangas sejam "treinadas" para comer essas partículas diariamente. Este treinamento é sobre deixá-las esvaziar o alimentador uma vez por dia durante o meio-dia para que elas possam ingerir as partículas finas que são tão importantes para o desenvolvimento ósseo.

À medida que crescem, o desenvolvimento do tecido evolui, uma franga abaixo do peso durante as primeiras 9 semanas terá um desenvolvimento corporal deficiente.

Gráfico 2: Desenvolvimento tecidual da franga.
Ossos Gordura

Mesmo que essas aves, com baixo peso nas primeiras semanas, atinjam o peso corporal desejado durante o último período de recria, o tipo de crescimento tecidual não será o adequado (Gráfico 2).

Haverá apenas depósito de gordura, e enfrentaremos problemas de prolapso e poedeiras obesas no período de produção. Um exemplo de uma ave com baixo desenvolvimento e deposição excessiva de gordura é mostrado na Figura 1.

Figura 1: Frango com má composição corporal e muito tecido adiposo devido ao crescimento compensatório após a semana 8.

Desenvolvimento da capacidade de ingestão de ração

A capacidade de ingestão de ração é um dos alvos que deve ser treinado nas galinhas durante seu desenvolvimento. Queremos desenvolver uma ave com a maior capacidade de ingestão de ração no início da postura para que possa minimizar o desafio das altas demandas no início do período de postura.

Esse manejo requer uma ração de crescimento, que será fornecida após a semana 9-10, quando as frangas estiverem no peso desejado. Esta alimentação será uma alimentação de baixa densidade com altos níveis de fibra (consulte a Tabela 1 para obter detalhes).

Metionina Digestível 0,28

Tabela 1: Ração para desenvolvimento, dieta de baixa densidade usada em diversas rações para desenvolvimento

Está bem documentado que a fibra é um "nutriente" que pode expandir o tamanho dos tecidos digestivos em comparação com o peso corporal das aves (Tabela 2). A combinação da ingestão de uma alimentação de alta fibra com a ingestão de água fará um efeito mecânico de expansão dos diferentes órgãos da digestão.

Tabela 2: Efeito da fibra na expansão do intestino

Fibra Bruta (FB) 5,5 g / Kg de PV Controle Fibra Moela 4,5 6,8**

Proventrículo 3,03* 3,03*

Um bom desenvolvimento do intestino com esse tipo de ração é crucial para que as aves enfrentem os desafios que encontrarão durante a produção.

Conclusão

A seleção genética ajudou a obter poedeiras com uma maior longevidade e uma maior persistência na produção de ovos, implicando ciclos de produção mais longos. No entanto, o grande potencial das aves só pode ser expresso com as práticas adequadas de manejo e nutrição.

Algumas dessas práticas começam na criação, tendo um bom desenvolvimento de carcaça e capacidade adequada de consumo de ração. Tenha em mente que todos os erros cometidos neste período podem raramente ser resolvidos durante a fase de produção e que penalizarão o desempenho das aves em toda a sua vida.

Pequenas coisas, como ter um bom peso corporal nas primeiras 6 semanas de idade e garantir uma ingestão suficiente de ração no início da produção, podem fazer uma grande diferença quando queremos alcançar o potencial genético das poedeiras atuais. Temos que preparar as aves para uma longa vida produtiva começando já durante o período de criação.

A longevidade das poedeiras começa na criação

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Celebramos 80 anos de excelência em genética avícola, impulsionando a produtividade e a qualidade na produção de ovos.

Agradecemos a confiança de nossos clientes e parceiros ao longo dessa trajetória.

Atenciosamente, Equipe H&N International

O PAPEL DA NUTRIÇÃO NA QUALIDADE DE PENAS EM FRANGOS DE CORTE

Brunna Garcia Nutricionista de Aves na Agroceres Multimix

Na avicultura, o desenvolvimento adequado da plumagem, sua qualidade e o padrão de muda comprometem não apenas a aparência externa das aves, mas também prejudica a uniformidade das carcaças e a conversão alimentar, acarretando perdas econômicas significativas.

O crescimento das penas, denominado anagênese, é um processo complexo, regulado por fatores nutricionais, hormonais, genéticos e ambientais, além das interações entre esses elementos.

Esse processo é dinâmico, com variações na maturação das penas conforme a região corporal, e se inicia nos primeiros 12 dias de vida embrionária, com a formação da papila, estrutura germinativa dos folículos.

Embora as penas apresentem variações morfológicas ao longo das fases da vida, todas se originam a partir de um folículo piloso e de uma papila localizada em sua base, dispostos em fileiras definidas pelo corpo da ave.

Estrutura das penas

A pena é composta por dois segmentos principais dispostos ao longo de seu eixo longitudinal: o cálamo e o ráquis.

O cálamo corresponde à porção basal, curta e tubular, que se insere no folículo da pena, localizado na pele da ave. Acima da superfície cutânea estende-se o ráquis, eixo central responsável por sustentar as ramificações primárias denominadas barbas.

Essas barbas, por sua vez, organizamse lateralmente e formam o vexilo, estrutura dividida em vexilo externo e vexilo interno. Cada barba apresenta ramificações secundárias chamadas bárbulas, as quais possuem minúsculos ganchos microscópicos.

Esses ganchos promovem a interligação entre bárbulas adjacentes, conferindo coesão às estruturas e assegurando a manutenção da forma e da integridade funcional da pena (Figura 1).

Bárbula

Bárbula proximal

Umbilico interior

Vexílo eterno

Vexílo externo

Umbilico superior

Umbilico

Umbilico inferior

Cálamo

Figura 1. Estrutura anatômica da pena. Fonte: Elaborado pela autora com auxílio de inteligência artificial (2025)

As penas representam uma das estruturas mais complexas do tegumento entre os vertebrados, sendo classificadas em diversos tipos, cada um com funções e características estruturais específicas que contribuem para sua respectiva finalidade funcional.

Ráquis
Barbas

De acordo com Leeson e Walsh, as penas das aves comerciais podem ser classificadas em três tipos principais (Figura 2), com base em sua função e localização:

Penas de contorno – Representam a maior parte da cobertura corporal externa das aves. São responsáveis pela proteção contra lesões físicas e desempenham um papel importante na manutenção do equilíbrio térmico.

Composição química das penas

Proteínas

Rêmiges – Correspondem às penas de voo, localizadas nas asas. Sua estrutura é especialmente adaptada para promover sustentação e manobrabilidade durante o voo (em aves com aptidão para tal).

Retrizes – São as penas situadas na cauda. Auxiliam na estabilidade e no direcionamento durante o deslocamento.

Retrizes

Rêmiges

Penas de contorno

As penas são compostas predominantemente por proteínas fibrosas (85 a 90%), sendo a queratina o principal componente estrutural. Esta proteína apresenta alta resistência, conferindo rigidez, leveza e durabilidade às penas.

Sua estrutura apresenta uma organização cristalina compacta, sustentada por numerosas ligações de hidrogênio e pontes de dissulfeto, responsáveis pela elevada resistência mecânica e pela estabilidade térmica da queratina.

Figura 2. Diferenciação dos tipos de penas. Fonte: Elaborado pela autora com auxílio de inteligência artificial (2025).

A queratina presente nas penas é classificada como queratina β. Com maior nível de reticulação e insolubilidade, essa composição torna as penas uma estrutura biologicamente adaptada para resistir à abrasão, umidade e variações de temperatura, características importantes para a proteção térmica e desempenho aerodinâmico das aves.

Além de sua função biológica essencial, o alto teor proteico das penas tem despertado interesse na valorização de subprodutos avícolas, como na produção de hidrolisados proteicos e ingredientes para ração animal, evidenciando também a importância econômica do entendimento de sua composição.

Aminoácidos

Cruciais na formação, estruturação e manutenção das penas, dentre os aminoácidos sulfurados que compõem as penas, a metionina e a cistina são os mais exigidos durante o crescimento das penas em frangos de corte.

Segundo Leeson e Summers, aproximadamente 25% da cistina e 2% da metionina dietética são utilizadas exclusivamente na síntese de queratina.

Vale destacar que a cistina atua diretamente nesse processo, enquanto a metionina é convertida em cistina no organismo para suprir essa demanda específica.

Dessa forma, os níveis de metionina digestível em uma formulação de dieta merecem atenção, e a utilização de fontes suplementares, como DL-metionina ou metionina hidroxianáloga, pode ser uma estratégia eficiente para atender a essas exigências.

Ainda, aminoácidos de cadeia ramificada, como valina, leucina e isoleucina, também exercem papel relevante no crescimento das penas.

Em conjunto, esses aminoácidos representam mais de 15% da composição da queratina e estão diretamente relacionados à resistência estrutural e à integridade da fibra proteica das penas.

A deficiência desses aminoácidos essenciais pode levar a retardo no crescimento das penas, empenamento irregular e aumento da fragilidade das estruturas, comprometendo tanto a proteção térmica quanto o desempenho zootécnico geral da ave.

Por isso, a composição de aminoácidos das penas é frequentemente utilizada como parâmetro nutricional na formulação de dietas balanceadas para frangos de corte.

Minerais

A incorporação de elementos minerais na dieta das aves é essencial para a manutenção da saúde, crescimento e para as funções bioquímicas e fisiológicas.

Estudos conduzidos por Edens et al. demonstraram uma melhora significativa na taxa de empenamento de frangos de corte com a suplementação de selênio orgânico, já observada aos 21 dias de idade, e ainda mais evidente aos 42 dias.

Os autores sugerem que esse benefício ocorre devido à rápida incorporação do selênio à queratina, proteína estrutural das penas. A utilização de selenometionina e selenocisteína na síntese de queratina parece reduzir a necessidade de cisteína derivada do fígado e dos músculos, priorizando seu uso na formação das penas.

Outro mineral de grande importância é o enxofre, diretamente relacionado à síntese de aminoácidos sulfurados, como a metionina e a cistina, fundamentais para a formação da queratina. Além disso, o enxofre participa de processos como a síntese proteica, o equilíbrio ácido-base e o metabolismo energético.

A deficiência de enxofre ou de seus aminoácidos relacionados pode resultar em penas frágeis, de crescimento irregular, opacas e com maior propensão à quebra e desgaste.

Adicionalmente, minerais como o zinco e o manganês também desempenham funções relevantes na qualidade da plumagem. O zinco atua na proliferação celular e na síntese proteica, sendo fundamental para a formação adequada da epiderme e da queratina.

O manganês, por sua vez, participa da ativação de enzimas envolvidas no crescimento e na diferenciação celular, e sua carência pode comprometer tanto a estrutura quanto a coloração das penas.

Vitaminas

Ao atuar em processos metabólicos essenciais à integridade do folículo e à formação da queratina, as vitaminas exercem influência significativa no desenvolvimento das penas.

Destaque para a vitamina D3, amplamente reconhecida por seu papel no desenvolvimento do folículo piloso e na regulação do ciclo capilar.

O calcipotriol, análogo sintético da vitamina D, tem sido associado ao aumento da proporção de células na fase anágena (fase ativa do crescimento) do ciclo do folículo capilar.

Por outro lado, a deficiência do receptor de vitamina D resulta no acúmulo de células nas fases finais do ciclo folicular, na redução da atividade proliferativa dos queratinócitos e na interrupção do crescimento das penas.

Além da vitamina D3, outras vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis também influenciam a formação das penas.

A vitamina A, por exemplo, é essencial para a manutenção da integridade epitelial e do crescimento celular, sendo sua deficiência associada a penas quebradiças e má formação folicular.

Vitaminas do complexo B, como biotina e niacina, também participam da síntese proteica e manutenção da queratina, enquanto a vitamina E exerce papel antioxidante, protegendo os tecidos integumentares contra o estresse oxidativo.

Assim, a composição química das penas, baseada em proteínas estruturais, aminoácidos específicos, minerais essenciais e vitaminas, constitui fator determinante na qualidade do empenamento e na saúde da cobertura tegumentar de frangos de corte. Esses elementos influenciam diretamente o bem-estar e o desempenho produtivo das aves.

A nutrição como fator determinante para a qualidade das penas

A nutrição exerce papel central na qualidade das penas em frangos de corte, sendo indicador direto do estado de saúde e do manejo alimentar das aves.

Dietas formuladas com níveis adequados de proteínas, aminoácidos essenciais (como metionina e cistina), minerais (como selênio, enxofre, zinco e manganês) e vitaminas (especialmente as dos complexos A, D, E e B) são fundamentais para garantir o crescimento saudável das penas. A deficiência ou desequilíbrio pode resultar em empenamento irregular, penas frágeis, perda de cobertura corporal e aumento da suscetibilidade a lesões e estresse térmico.

Do ponto de vista produtivo, aves com penas malformadas apresentam maior consumo energético para manter a temperatura corporal, menor conversão alimentar e, muitas vezes, menor ganho de peso.

Além disso, a aparência das penas afeta diretamente a aceitação do produto no mercado, especialmente quando se considera o padrão visual exigido na comercialização de frangos.

Portanto, investir em estratégias nutricionais voltadas para a formação adequada das penas é uma medida que contribui não apenas para o bem-estar das aves, mas também para a eficiência econômica da produção.

A nutrição de precisão, ao alinhar exigências fisiológicas com formulações balanceadas, tornase uma ferramenta essencial para alcançar altos padrões de desempenho e qualidade na avicultura moderna.

O papel da nutrição na qualidade de penas em frangos de corte

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Referências sob consulta junto ao autor

ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE PARA AVES LIVRES: O QUE CONSIDERAR?

Paula Gabriela da Silva Pires¹, Betina Raquel Cunha dos Santos2, Priscila de Oliveira Moraes³

1Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia

2Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari ³Universidade Federal de Santa Catarina – Centro de Ciências

Agrárias – Florianópolis - SC

Acriação de aves livres de gaiolas está se tornando uma prática cada vez mais comum no Brasil e no mundo. Embora as gaiolas convencionais em bateria para aves poedeiras ainda prevaleçam, o movimento em direção a sistemas alternativos está ganhando impulso para além da Europa.

No sistema convencional, as galinhas permanecem em gaiolas durante todo o período de produção, com alimentação, iluminação e temperatura controladas.

Em um sistema livre de gaiolas elas permanecem dentro do galpão sem acesso a área externa, nos sistemas com acesso aos piquetes como: caipiras e orgânicos, além do número de galinhas poedeiras por m2 (indoor e outdoor), há diferenças no tipo de ingredientes utilizados na ração (Figura 1).

Característica Convencional Cage-free Free-range Caipira Orgânico

Alojamento Gaiola Piso Piso Piso Piso

Acesso a piquetes

Ingredientes de origem

animal na ração

Ingredientes orgânicos

Uso de antibiótico

No sistema de gaiola convencional, a produtividade, a qualidade dos ovos e as exigências nutricionais das galinhas poedeiras são bem conhecidas.

No entanto, ainda faltam pesquisas relacionadas com sistemas de habitação alternativos. Ao produzir ovos em diferentes sistemas de alojamento, surge uma questão que deve ser considerada: Como alimentar aves livres de gaiola?

Independentemente do sistema de alojamento adotado na granja, geralmente as dietas formuladas para aves de postura utilizam tabelas de requerimentos que são baseadas nas exigências de aves criadas em ambiente de gaiolas.

Nesse sentido, acredita-se que os nutrientes estão sendo fornecidos de forma subestimada, o que pode prejudicar o desempenho dos animais e a qualidade dos ovos.

A seguir, vamos discutir sobre os principais pontos que devem ser considerados na alimentação de aves livres de gaiolas.

Energia

Aves com acesso a área externa, como nos sistemas caipira e orgânico, apresentam um aumento da atividade motora e consequentemente espera-se que ocorra um aumento no gasto energético das aves.

O nível deste aumento depende do sistema de alojamento e pode variar no inverno e verão (o aumento de atividade no verão pode ser maior do que no inverno).

Nesse sentido, pode-se adotar duas medidas para atender as necessidades energéticas das aves.

Figura 1 – Características dos sistemas de produção de ovos

Aumento do volume de ração:

Para aves criadas livres de gaiolas recomenda-se um acréscimo de 10% no fornecimento de ração, enquanto o peso corporal para a idade permanecer dentro das metas estabelecidas.

Aumento da concentração de energia na dieta adicionando uma fonte lipídica: O aumento da densidade energética da ração através do uso de óleos evita gastos adicionais com aditivos.

Em contrapartida, a concentração proteica da dieta pode necessitar de um pequeno aumento para garantir a manutenção da musculatura das aves. Estudos futuros devem focar em quantificar essas necessidades.

Minerais

Como dito anteriormente, aves livres de gaiolas apresentam maior atividade motora e por isso as necessidades de minerais podem ser subestimadas devido às atividades extras realizadas, devido ao acesso ao ar livre.

Além disso, as aves criadas em sistemas alternativos são expostas a condições de maior estresse ambiental em comparação às aves criadas em gaiolas convencionais.

Por isso, essas aves podem requerer níveis mais elevados de fósforo e zinco como nutrientes essenciais para manter o sistema imunológico.

Estudos revelaram variação nos níveis de minerais em ovos convencionais e orgânicos, mesmo com níveis de ingestão via alimento semelhante, provavelmente devido a essa maior demanda existente.

Além disso, a exposição ao sol pode influenciar os níveis de vitamina D nas aves, que por sua vez impacta a absorção de cálcio, essencial para a qualidade da casca dos ovos. O manejo adequado dos minerais e da vitamina D é fundamental para garantir a produção de ovos com cascas firmes e saudáveis.

O monitoramento constante dos níveis de minerais na dieta é vital para evitar deficiências que possam comprometer a saúde das aves.

Peso do ovo

O peso e os parâmetros relacionados ao tamanho do ovo podem ser influenciados pelo sistema de alojamento das aves.

Provavelmente o aumento do tamanho do ovo em sistemas alternativos pode estar relacionamento ao menor número de ovos produzidos durante o ciclo e ao aumento do consumo de ração que pode favorecer o aumento do consumo de proteína e metionina. Neste sentindo, os níveis de proteínas, aminoácidos e energia precisam ser cuidadosamente equilibrados.

É importante destacar que as recomendações atuais são pensadas para aves criadas em sistemas de bateria e podem estar negligenciando a necessidade real das aves com acesso ao exterior.

Entretanto, o fornecimento de uma quantidade maior de ração para aumentar o consumo de energia das aves, pode fazer que o consumo de proteínas e minerais se torne superior ao recomendado contribuindo para o aumento do tamanho do ovo e custos de produção.

O peso da ave também influencia o peso do ovo. Aves mais pesadas tendem a produzir ovos maiores, o que pode aumentar o risco de problemas de saúde, como prolapso ou dificuldades na postura.

Além disso, o aumento do consumo de ração pode causar um aumento da gordura abdominal da ave. O que é indesejado. O balanço entre os nutrientes é a chave para evitar esses problemas.

Saúde intestinal e imunidade

A exposição a fatores ambientais como solo, vegetação e iluminação natural, bem como acesso a pasto e ingestão de alimentos fibrosos, podem alterar a microbiota intestinal.

As galinhas com acesso ao ar livre têm maior probabilidade de serem influenciadas por condições climáticas variáveis (temperatura, chuva, sol, vento) e estações.

Além disso, o acesso ao exterior permite que as galinhas poedeiras entrem em contato com animais de outras espécies e seus parasitas. Bactérias comensais são essenciais para a digestão de alimentos, metabolismo de nutrientes e síntese.

No entanto, evidências sugerem que possíveis desequilíbrios na composição da microbiota intestinal podem estar implicados em uma diminuição na produção e qualidade dos ovos.

Melhorar a saúde intestinal das galinhas poedeiras pode auxiliar na redução dos danos causados por esses desafios.

Estratégias nutricionais como o aumento do fornecimento de fibras ou a adição de aditivos na dieta como probióticos, prebióticos e óleos essenciais podem ser importantes aliados na melhoria da saúde intestinal das aves. Esses compostos podem ajudar a reduzir a incidência de infecções intestinais, especialmente em ambientes com maior exposição a parasitas.

Estudos recentes demonstram que aves com alta frequência de bicadas apresentam níveis de serotonina significativamente inferiores em comparação àquelas que exibem uma menor propensão a bicar.

Ovos bicados

Técnicas nutricionais e de manejo são fundamentais para controlar problemas como o bicar de ovos nas criações de aves livres. Vários fatores podem contribuir para o aumento desse comportamento, incluindo tédio, ansiedade, estresse, instintos naturais e deficiências nutricionais.

Para reduzir esse comportamento indesejado, é recomendável ajustar os níveis de triptofano (0,21 – 0,22) e sódio (0,20 - 0,21) na dieta das aves. O triptofano é um aminoácido precursor da serotonina, um neurotransmissor que regula o humor e o comportamento.

Por outro lado, fornecer níveis adequados de sódio ajuda a prevenir estresses fisiológicos e comportamentais nas aves. A deficiência de sódio e cloro pode gerar: perda de apetite, redução da taxa de crescimento, apetite depravado e canibalismo.

Uma medida importante é garantir que as aves tenham acesso a enriquecimento ambiental, como dispositivos de enriquecimento, poleiros e materiais para ciscar. Isso ajuda a reduzir o estresse, diminuindo a probabilidade de desenvolver comportamentos destrutivos, como bicar ovos ou companheiras de grupo.

O aumento da serotonina pode promover um estado de calma e reduzir o estresse, minimizando comportamentos destrutivos, como bicar ovos.

Outra estratégia eficaz é oferecer uma fonte de fibra, que beneficia o comportamento das galinhas poedeiras. A inclusão de fibras na dieta favorece a saúde intestinal, melhora a plumagem das aves e fornece uma distração, reduzindo o estresse e o tédio.

Considerações sobre a genética

Embora os ovos brancos sejam mais comuns em regiões onde as galinhas são criadas em sistemas de gaiolas, elas também podem ser mantidas com sucesso em sistemas alternativos. Entretanto, as aves marrons são frequentemente associadas a produção de ovos caipiras e orgânicos.

As galinhas marrons são aves maiores, com maiores exigências de manutenção e pior conversão alimentar do que as aves brancas. Algumas empresas de genéticas oferecem aves desenvolvidas especificamente para sistemas caipiras, com foco na robustez e características comportamentais adequadas.

Para concluir

Os guias de manejo de linhagens genéticas oferecem diretrizes nutricionais sobre a ingestão de ração, mas poucos abordam especificamente aves em sistemas livres de gaiolas.

Portanto, é essencial avaliar não apenas o consumo de alimentos, mas de nutrientes das aves em seus ambientes de alojamento para ajustar adequadamente a dieta (Figura 2).

Os produtores devem conhecer bem seus galpões e aves, colaborando com empresas de ração para ajustar as especificações nutricionais.

A B

Espaço Andar

Gasto de energia

Sistema imunológico

Exposição a fatores ambientais = disbiose

Tamanho e peso de ovos

as alterações na dieta (B) que precisam ser avaliadas com cautela.

Balanço entre energia, proteína e per l de aminoácidos

Interações entre os minerais e vitaminas

Aditivos zootécnicos: Ex. togênicos

Níveis de sódio Triptofano Alimento x nutriente

Proteja seu lote com confiança

Para uma produção bem-sucedida, é essencial proteger as suas aves contra desafios sanitários e nutricionais em todos os estágios da vida. Nossa ampla gama de soluções está no coração do desenvolvimento saudável e do bem-estar. Na dsm-firmenich, abordamos os desafios que você enfrenta para ajudar a proteger seus lotes com confiança.

Para mais informações, escaneie o código com seu celular ou acesse: www.dsm.com/anh/pt/

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Conhecer bem o comportamento e as necessidades das aves é essencial para garantir o sucesso na criação sem gaiolas.

O acompanhamento constante da produção e o ajuste das dietas em parceria com empresas especializadas são medidas fundamentais para garantir a qualidade dos ovos e a saúde das aves.

Além disso, a formação contínua dos produtores, com base nas mais recentes pesquisas e inovações tecnológicas, é fundamental para enfrentar os desafios desse tipo de criação e maximizar os resultados de forma sustentável e eficiente.

Alimentação Inteligente para Aves Livres: O Que Considerar?

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Referências sob consulta junto ao autor

MICROMINERAIS ORGÂNICOS: MAIOR BIODISPONIBILIDADE PARA UMA MELHOR PRODUÇÃO ANIMAL

Equipe técnica BIOCHEM Latam

Os microminerais desempenham papel fundamental no metabolismo, funções antioxidantes, imunidade e integridade tecidual. Deficiências desses nutrientes comprometem o desempenho produtivo, impactando o crescimento, a eficiência alimentar e a qualidade dos ovos, principalmente em momentos mais desafiadores da produção.

O zinco desempenha um papel fundamental na multiplicação celular, cicatrização tecidual, funções imunes e antioxidantes. Esse mineral apoia o crescimento ósseo e formação de tecidos, colaborando para o desenvolvimento do sistema locomotor e para uma maior qualidade da carcaça.

Para aves de postura, o zinco é essencial, pois participa da deposição de cálcio na casca dos ovos, e assim torna-se fundamental para sua formação adequada, para o fortalecimento de sua estrutura e para a resistência da casca. O zinco também é crucial para a saúde dos cascos e da pele, ajudando a prevenir infecções como mastite, além de auxiliar em processos regenerativos teciduais.

O manganês é essencial para a formação óssea e muscular, para as funções antioxidantes e para o metabolismo de carboidratos e lipídios e está correlacionado com o metabolismo energético e o funcionamento adequado do sistema reprodutivo, por contribuir para a produção hormonal, o que resulta em maior produtividade e saúde reprodutiva.

No caso das aves de postura, o manganês está diretamente envolvido na formação da matriz orgânica da casca do ovo.

O cobre participa da síntese de colágeno e elastina, proteínas estruturais que conferem integridade e resistência aos tecidos, como conjuntivo e muscular. Além disso, está envolvido com o metabolismo do ferro no organismo e com a pigmentação da pele.

SeO selênio é um micromineral essencial com papel vital na saúde e desempenho animal, mais de 30 selenoproteínas já foram descritas estando a maioria delas envolvidas na atividade enzimática e na regulação metabólica dos processos oxidativos.

O estresse oxidativo é uma condição que ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do organismo de neutralizá-los.

Na produção animal, um quadro de estresse oxidativo pode ser desencadeado por diversos fatores estressores, como estresse térmico, dietas inadequadas, desafios sanitários, etc. Esse desequilíbrio afeta negativamente a saúde, e consequentemente a produtividade animal.

O cobre, zinco e manganês são essenciais para funções antioxidantes, já que são componentes essenciais da enzima superóxido dismutase (SOD), que protege as células contra os danos oxidativos, e consequentemente prejuízos em saúde e desempenho.

O selênio, por sua vez é componente da enzima antioxidante glutationa peroxidase, a qual atua contra peróxidos gerados pelo metabolismo intermediário das células.

Esta ação antioxidante contribui para a integridade celular e apoia o ganho de peso saudável, além de melhorar a qualidade da carne ao minimizar danos oxidativos aos tecidos musculares.

Vantagens da linha de blends microminerais orgânicos da Biochem: BCH400,

BCH200 e BCHIND

A suplementação dos microminerais nas dietas é realizada grande parte das vezes através de fontes inorgânicas (óxidos e sulfatos) pelo menor custo e maior disponibilidade destas fontes.

Porém, as fontes inorgânicas apresentam menor biodisponibilidade, devido à fatores como o grau de dissociação em diferentes pHs, interações e antagonismos para absorção. Por isso, boa parte do metal que é suplementado não é absorvido e é eliminado nas fezes dos animais.

A linha de blends BCH é formulada com microminerais orgânicos glicinatos da linha E.C.O.Trace da Biochem, com zinco, cobre e manganês, que possuem alta estabilidade durante a passagem pelo trato gastrointestinal e biodisponibilidade, com qualidade físico-química e eficácia comprovadas por diversos estudos.

BCH400: Formulação ideal para aves de postura, composto por glicinatos de zinco, cobre e manganês. O BCH400 pode ser utilizado de forma preventiva, desde o início do desenvolvimento das aves, para apoio ao desenvolvimento ósseo e preparo adequado para a fase de produção. Além disso, BCH400 pode melhorar a espessura e resistência da casca, reduzindo a incidência de ovos trincados, aumentando a produtividade.

BCH200: Formulado para frangos de corte, o BCH200 é um blend de glicinatos de zinco e cobre, que oferece suporte durante todo o ciclo produtivo. Seu uso visa uma formação óssea e tecidual ideal, apoiando maior integridade do sistema locomotor e pele, para um melhor rendimento e qualidade final das carcaças.

BCHIND: Blend multiespécies com recomendação especial de uso para ruminantes, BCHIND combina glicinatos de zinco, cobre, manganês e selênio orgânico. Apoia o sistema imunológico, antioxidante, e a integridade tecidual, apoiando a viabilidade animal e resiliência em situações de estresse.

Microminerais orgânicos: Maior biodisponibilidade para uma melhor produção animal BAIXAR EM PDF

Para mais informações, a Biochem está à disposição. Entre em contato pelo e-mail [email protected] ou 55 11-955717971

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